Veterinária é o bicho


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Os alunos do primeiro ano de veterinária da Unifran, José Ivaldo Rodrigues Neto (esq.) e Daniel dos Reis Trezza, seguram um bezerro na baia da universidade para tratamento: aulas teóricas e práticas ao longo do curso
Os alunos do primeiro ano de veterinária da Unifran, José Ivaldo Rodrigues Neto (esq.) e Daniel dos Reis Trezza, seguram um bezerro na baia da universidade para tratamento: aulas teóricas e práticas ao longo do curso
Na hora de escolher um curso superior no qual quer alicerçar uma carreira para o resto da vida, vocação é um termo muito utilizado para definir aquele que vai dar certo e aquele que deve desistir. Com muitas profissões é assim. Um curso em especial parece demandar mais jovens vocacionados que “comuns”. É o caso de quem pretende se tornar médico veterinário. De acordo com profissionais da área, mais do que gostar de animais, apaixonar-se pela profissão - por sua rotina cheia de surpresas, acertos, erros, e lidar com a morte de animais sob seus cuidados -, ser veterinário é, antes de mais nada, “coisa para quem tem vocação”. Mas não se desespere. Para tudo há uma saída. Existe um leque de opções de trabalho para quem planeja prestar vestibular para a área. José Ivaldo Rodrigues Neto, 19, estudante do 1º ano de veterinária na Unifran (Universidade de Franca), por exemplo, quer aproveitar tudo o que está aprendendo na faculdade para desenvolver um projeto de um frigorífico para o abate de caprinos e ovinos na região de Delfinópolis (MG), cidade onde mora. Filho de sitiantes daquele município, foi a influência rural que o levou a procurar o curso em Franca. “Não tem jeito. Por mais que não queira, nós somos sempre influenciados pelo que nossos pais fazem”, disse José Ivaldo. Daniel dos Reis Trezza, 18, de Ribeirão Preto, também tem nas veias o sangue de fazendeiro. Sua família tem propriedade no município de Itirapuã onde divide o espaço para a criação de gado nelore para engorda e abate e também de vacas leiteiras. Em seu primeiro ano de estudos no curso, Daniel já sabe o que quer quando se formar: vai se especializar em genética animal para trabalhar com melhoramento genético e seleção de embriões. “É um dos campos mais rentáveis para os veterinários”, disse Daniel. O ribeirão-pretano ainda tem tempo para pensar em outros caminhos a seguir, se resolver desistir da idéia de ficar trancado em laboratórios. Afinal, os cursos de medicina veterinária oferecidos por cidades próximas a Franca são em período integral e têm duração de cinco anos. Os vestibulares acontecem sempre no início de cada ano. Na Unifran, por exemplo, por ano formam-se 80 alunos no curso. De acordo com Antonella Cristina Bliska Jacinto, diretora do curso da Unifran e do Hospital Veterinário da universidade, todos têm emprego garantido. “Eu diria que é uma profissão versátil”, diz. Nelly, como é conhecida Antonella, elenca pelo menos uma dezena de áreas onde a figura do veterinário é necessária: inspeção de alimentos, vigilância sanitária, reprodução animal, criação animal, pesquisa, clínicas, etc. A veterinária cita o exemplo do secretário Alexandre Ferreira que é formado em medicina veterinária e foi nomeado para gerir a Saúde da cidade. “Ele se especializou em saúde pública e lá está ele”, disse. De acordo com ela, o ganho do médico veterinário também atrai os jovens ao curso. “O piso da categoria é de 8,5 salários mínimos (R$ 2.950)”.

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