Rodolfo César
da Redação
Uma brincadeira na sala de aula da Escola Estadual “Carmem Coelho Munhoz”, no Jardim Betânia, anteontem, gerou um desentendimento entre três adolescentes, um professor e uma inspetora de alunos.
Um jovem de 13 anos e duas garotas, de 12 e 14 anos, xingaram e fizeram ameaças aos educadores. A própria escola acionou a Polícia Militar para tentar contornar a situação. Suspeitando da atitude dos estudantes, os PMs fizeram uma busca nos materiais escolares e encontraram maconha na bolsa do garoto e folha de seda utilizada em “baseados” com uma das meninas.
A polícia registrou boletim de ocorrência contra os três alunos da escola estadual. As meninas responderão por difamação e injúria. O rapaz, que não admitiu ser sua a droga, ainda será investigado por suposto porte de entorpecentes. “Vamos chamar o pai para saber se ele sabe se o filho faz uso de entorpecente e averiguar se a maconha era mesmo do estudante”, disse o delegado-adjunto da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), Luiz Carlos de Almeida. O caso de difamação será conduzido pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) ou pelo 3º DP, já que nesse crime houve o envolvimento da inspetora de alunos. Ainda não houve distribuição do inquérito.
Somente nesta semana, já foram duas ocorrências policias envolvendo adolescentes na cidade, além de um assassinato admitido por uma jovem de 13 anos em São Simão, cidade localizada a 110 quilômetros de Franca. Em outra situação, o adolescente que furtou uma viatura da Polícia Civil foi apreendido novamente.
A briga na escola começou durante uma aula do professor Alexandre dos Santos Francelino, 32. Enquanto ele escrevia no quadro, os três adolescentes começaram a dançar ao som de um toque de celular, segundo relato à polícia. A postura dos alunos foi reprimida por Alexandre Francelino e os jovens revidaram com desavenças contra ele. A inspetora de alunos, Maria Conceição, chegou à sala de aula para levar as duas garotas e o menino à diretoria e novos xingamentos e ameaças contra o professor teriam ocorrido. O entrevero assumiu proporções ainda maiores e a polícia foi chamada. O caso só terminou na delegacia.
A vice-diretora, identificada apenas como Salete, não estava na escola ontem à tarde para explicar quais medidas adotará. O professor e a inspetora também não foram encontrados na unidade. A dirigente de ensino, Ivani Marchesi, ressaltou que o caso foi um fato isolado. Ela revelou que a vice-diretora da escola informou à dirigente, por telefone, que pedirá intervenção do Conselho Tutelar. Ivani disse que expulsão dos alunos ainda não é cogitada. “Temos a preocupação em saber como poderemos ajudar esses jovens”. Hoje deverá acontecer o encontro entre Marchesi e a vice-diretora para discutirem as medidas a serem adotadas.
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