Paulo Godoy
da Redação
Policiais militares rodoviários da 4ª Companhia de Ribeirão Preto foram alvo de denúncia de famílias de dois adolescentes de Franca de tê-los espancado na Estrada Velha de Batatais, Rodovia “Rionegro e Solimões”, quarta-feira à noite. Os policiais pertencem ao TOR (Tático Ostensivo Rodoviário), grupo com jurisdição regional. A corporação deve abrir inquérito para apurar as denúncias.
Na quinta-feira, o pai de Naylikon Assis de Lima, 16, Fábio de Lima, procurou a redação do Comércio da Franca para denunciar a ação policial na qual seu filho teria sido agredido.
Segundo ele, o filho teria pego sua Honda Titan verde, na quarta-feira à noite, após retornar dos estudos com o amigo Edcarlos Costa, 16. Nas proximidades do Posto Imperador, onde estariam assistindo motoqueiros participando de rachas, os dois teriam ficado frente a frente com o veículo do TOR. Na versão das famílias dos dois rapazes, por não terem habilitação, ficaram nervosos e fugiram com medo de serem penalizados pelos policiais.
Perseguidos, como dizem os pais, pelo veículo da companhia de Ribeirão Preto, Naylicom, que pilotava a moto, e Edcarlos acessaram a Rodovia Ronan Rocha até alcançarem a SP-336, a Estrada Velha de Batatais, cujo trecho é de terra.
Ao chegarem em uma bifurcação existente mais de cinco quilômetros de onde a estrada começa, Naylicom de Lima bateu em uma placa de sinalização e perdeu o controle, caindo com Edcarlos.
Anteontem, por telefone, Naylicom disse, que mesmo caídos, foram agredidos pelos policiais. O primeiro, com o braço direito quebrado pela queda, teria sido chutado na cabeça. Ao tentar segurar o capacete com a mão esquerda, teria sido acertado por chutes dos soldados nos dedos, que também estão quebrados.
Edcarlos está em pior estado. Com dentes e o nariz quebrados, seu rosto está desfigurado por cortes e um forte inchaço. Na sexta-feira, ele dormia, mas estava consciente. Um boletim médico aponta fratura no crânio e lesões nos rins.
Naylicon, por sua vez, disse também por telefone que o amigo foi chutado e ameaçado de morte pelos integrantes do TOR. “Eu assustei e caí porque eles começaram a atirar em nós”, afirmou.
Nenhuma das famílias havia registrado queixa contra a suposta ação policial. Fábio de Lima, pai de Naylicom, e Elaine da Costa, irmã de Edcarlos, afirmaram encontrar dificuldades para obter cópias do boletim de ocorrência, feito pela Polícia Rodoviária de Franca, por policiais do 15º Batalhão e pelos bombeiros, que resgataram os dois na estrada de Batatais.
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