BONDE EXPLOSIVO


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Edson Arantes da Redação A Polícia Civil de Franca transferiu, ontem, 16 presos da cadeia do Jardim Guanabara para quatro diferentes penitenciárias do Estado. A operação foi mantida sob sigilo e realizada durante a madrugada para evitar uma eventual tentativa de resgate. Aparentemente, foi o único tipo de cuidado tomado. A polícia cometeu um grave erro e colocou em risco a segurança dos detentos e dos próprios policiais civis. A viatura usada como escolta transportava no compartimento de presos dois tambores com 200 litros de combustível. Segundo o Regulamento de Transporte Perigoso, a prática não é irregular, mas não há dúvidas sobre o elevado grau de perigo. A medida nada recomendável, flagrada pela reportagem do Comércio da Franca, seria uma prática freqüênte da polícia local em viagens de longa distância e ocasionada por burocracia no setor administrativo. Apesar de ter combustível de sobra na Delegacia Seccional, não há uma verba específica para abastecer as viaturas em trânsito pelas rodovias do Estado. Com isso, os policiais são obrigados a transportar tambores cheios de combustível nos veículos para fazer a reposição e não ficar no meio do caminho durante o retorno da viagem. No caso de ontem, uma viatura Palio Adventure, que escoltou o caminhão com os presos, foi obrigada a levar dois galões com 100 litros de álcool e igual quantidade de gasolina. Os produtos foram acondicionados perigosamente no “corró”, separados de dois policiais por apenas uma frágil grade. O tenente Cláudio, comandante da Polícia Rodoviária de Franca, disse que o transporte de combustível em automóveis é proibido e passível de autuação, mas que veículos militares e de utilidade pública são isentos, desde que não excedam o limite de 333 quilos. Com isso, a Polícia Civil não teria cometido infração. Proibido ou não, a verdade é que a prática tem causado enorme preocupação aos policiais que são obrigados a viajar ao lado de verddeiras “bombas ambulantes”. “Houve casos em que os presos viajaram no mesmo veículo que a gente, próximo aos galões com combustível. Ficamos preocupados com essa situação, mas não temos outra alternativa. Já imaginou o que pode ocorrer em caso de acidente e na hipótese de uma tentativa de resgate com troca de tiros”, questiona um carcereiro que pediu anonimato por medo de punição administrativa.

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