A Operação Apae da Polícia Civil, responsável por investigar os desvios milionários sofridos pela entidade bauruense, revelou que o ex-presidente da associação Roberto Franceschetti Filho também ficava com o dinheiro do benefício dos usuários das residências inclusivas. A informação foi apurada pelo Setor de Combate ao Crime Organizado, Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Seccold) e divulgada nesta segunda (30) pelo repórter Alexandre Colim, no programa Cidade 360º, uma parceria do JC e JCNET com a rádio 96FM.
Roberto Franceschetti Filho está preso desde o dia 15 de agosto e é réu pelo suposto homicídio da secretária-executiva da Apae Cláudia Lobo, assim como por desvios praticados há anos por ele e ela, que integravam quadrilha montada para este fim, segundo afirma a Polícia Civil.
De acordo com as investigações, neste caso das residências inclusivas, Roberto agia em conjunto com o coordenador da área, que atende pessoas com necessidades especiais, mas com certa autonomia. Os acusados usariam o cartão de benefício dessas pessoas para sacar parte do dinheiro, transferido para contas pertencentes a Roberto. Ainda não se sabe o tamanho do prejuízo de cada uma das vítimas.
O mesmo coordenador, que seria cúmplice de Roberto nos desvios e cujo nome ainda está sendo mantido em sigilo porque ele não foi preso, processou um ex-fisioterapeuta da Apae que o denunciou por assédio sexual, em fevereiro de 2022. Por falta de provas, ele foi inocentado e recebeu uma indenização de R$ 16 mil. O valor também teria sido depositado em contas de Roberto Franceschetti Filho, acrescenta o Seccold.
O OUTRO LADO
O JCNET procurou advogados de defesa de Roberto, que atuam no processo criminal. Na oportunidade, a reportagem foi informada que os advogados marcaram uma reunião com o ex-presidente da Apae para o dia 7 de janeiro. A reportagem também entrou em contato com a atual presidência da Apae para comentar o caso e aguarda resposta.
RESIDÊNCIA INCLUSIVA
Segundo o site da entidade, o setor de Residência Inclusiva da Apae Bauru oferta Serviço de Acolhimento Institucional, no âmbito da Proteção Social Especial de Alta Complexidade do SUAS (Serviço Único da Assistência Social), para jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não disponham de condições de autossustentabilidade ou de retaguarda familiar, em sintonia com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.
São residências adaptadas, com estrutura física adequada, localizadas em áreas residenciais na comunidade. Têm a finalidade de propiciar a construção progressiva da autonomia e do protagonismo no desenvolvimento das atividades da vida diária, a participação social e comunitária e o fortalecimento dos vínculos familiares com vistas à reintegração e/ou convivência.
No ano de 2011, a Apae inaugurou a Residência Masculina com dezoito meninos. Em 2014, inaugurou a sede própria da Residência Feminina, serviço existente desde 2007. Em 2020, a Apae Bauru inaugurou a Residência Mista.
As residências inclusivas contam com coordenador, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e cuidador.
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