O ex-deputado estadual Roque Barbiere, de 72 anos, foi condenado pela Justiça de Birigui a um ano de reclusão em regime aberto, após ser responsabilizado por atirar contra um vendedor de cachorro-quente em 1995. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, o caso ocorreu enquanto o ex-deputado auxiliava um vigilante que alegava ter sido vítima de roubo, fato posteriormente desmentido. Barbiere afirmou que agiu em legítima defesa própria e de terceiro.
O processo ficou suspenso por décadas devido à imunidade parlamentar do ex-deputado, que, na época, exercia o primeiro de seus vários mandatos na Assembleia Legislativa. Apenas em 2023, após o fim de seu último mandato, o caso voltou a tramitar. Em decisão recente, a juíza Moema Moreira Ponce Lacerda substituiu a pena privativa de liberdade por prestação de serviços comunitários por dois anos.
Na denúncia, o Ministério Público relatou que o vigilante envolvido no caso havia forjado um relato de roubo, após um desentendimento com uma adolescente. Roque Barbiere, ao ouvir os gritos de socorro do vigilante, saiu armado e encontrou a jovem acompanhada de dois homens. Durante a abordagem, o ex-deputado disparou duas vezes, ferindo o vendedor de cachorro-quente na perna.
Apesar de socorrer a vítima e levá-la ao hospital, Barbiere e o vigilante foram acusados de agir de forma precipitada. Durante as investigações, o próprio vigilante admitiu que o vendedor não era o responsável pelo suposto roubo. O caso gerou ampla repercussão devido à atuação de Barbiere como autoridade pública no episódio.
Em sua defesa, o ex-deputado alegou legítima defesa putativa, sustentando que acreditava estar diante de uma situação de perigo iminente. No entanto, a magistrada apontou inconsistências nos depoimentos do réu, destacando que a reação foi desproporcional e que não havia risco atual ou iminente no momento dos disparos.
A sentença permite que Roque Barbiere recorra em liberdade. O ex-deputado declarou que agiu de forma impulsiva e que não se orgulha do ocorrido, mas reiterou que acreditava estar protegendo um trabalhador idoso. A reportagem tentou contato com o ex-deputado e seus advogados, mas não obteve sucesso. Caso enviem comentários adicionais sobre a condenação a reportagem será atualizada.