O setor de bares e restaurantes inicia 2025 com expectativas de crescimento nas vendas, mas também com apreensão devido à confirmação do aumento da alíquota do ICMS em São Paulo. Após negociações com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o governo estadual decidiu elevar o imposto de 3,2% para 4%, reduzindo o impacto do aumento inicialmente previsto para 12%. A nova alíquota entra em vigor em janeiro.
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Embora o aumento represente uma alta de 25%, a decisão foi bem recebida pelas lideranças do segmento, que enxergam uma menor pressão sobre os preços dos cardápios e a possibilidade de direcionar parte da arrecadação extra para apoiar o setor. De acordo com a Abrasel, o impacto nos preços finais deve ficar entre 1% e 2%, muito abaixo dos 8% previstos na proposta inicial.
“Essa decisão demonstra sensibilidade do governo em relação às dificuldades do setor. Os recursos extras podem ser revertidos em linhas de crédito e outras formas de apoio para empresas ainda impactadas pelas dívidas da pandemia”, destacou Luizinho Hirata, presidente da Abrasel em São Paulo.
Otimismo e desafios
A pesquisa da Abrasel realizada em dezembro indica que 73% dos empresários do setor esperam aumento nas vendas no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. No entanto, as dificuldades financeiras continuam sendo um obstáculo: 39% das empresas ainda têm dívidas em atraso, incluindo impostos estaduais e federais, empréstimos bancários e encargos trabalhistas.
“Apesar do aumento, a negociação mostrou que o governo entendeu os impactos de uma alíquota de 12% para os estabelecimentos e consumidores. O direcionamento de parte da arrecadação para políticas públicas e incentivos financeiros pode ajudar o setor a atravessar este momento de transição”, afirmou André Mandetta, presidente da Abrasel Campinas.
Cenário de recuperação
Com expectativas de crescimento nas vendas impulsionadas por confraternizações e festas de fim de ano, o setor de alimentação fora do lar segue otimista, mas cauteloso. A definição do ICMS em 4% é vista como uma vitória parcial, que evita danos maiores, mas não elimina completamente os desafios financeiros e estruturais enfrentados pelos empresários.