Qual adulto não tem, ainda que simbolicamente, sua cápsula do tempo? Um cantinho na memória onde armazena o que julga tesouro? Com os adolescentes pode ser um tanto diferente. Ainda não tiveram o tempo necessário para encapsular memórias. Há exceções. Os adolescentes do romance de que vamos falar começaram, no decorrer da narrativa, além de desvendar tesouros, criar os próprios.
O livro de Dôni Ferreira, cujo título nomeia essa crônica, é um romance destinado especialmente ao público infanto-juvenil, mas que certamente será lido com interesse e prazer por muitos adultos. Por quê? Porque a narrativa é bem construída, despertando interesse pela trama, e pelo aprendizado socioemocional que o autor oferece.
José Donizeti Vaz Ferreira, o Dôni, além de escritor (membro da Academia Francana de Letras) é pós-graduado em Inteligência Socioemocional. Assim vai tecendo o enredo do livro recheando-o com informações que elegeu como importantes para o seu público leitor. O resultado é uma narrativa que certamente agradará aos jovens. Jovens que gostam de ler ou que forem estimulados a ler, porque com a crescente onda tecnológica, o livro precisa ser reapresentado a eles.
O cenário mostrado na obra é o meio rural. O autor descreve cenas da roça com tamanha verossimilhança que faz pensar terem sido muitas delas vivenciadas por ele.
No prefácio há uma frase de Paulo Freire que denota o desejo do autor: "É preciso que a leitura seja um ato de amor." Assim se lê ‘A pequena cápsula do tempo.’
Zelita Verzola é professora, escritora, membro da Academia Francana de Letras.