ELEIÇÃO 2024

'Tempo' é a palavra-chave na corrida ao Paço em São José

Por Guilhermo Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Editor-chefe de OVALE
Jon Tyson/Unsplash
O tempo perguntou quanto tempo o tempo tem?
O tempo perguntou quanto tempo o tempo tem?

"És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho, tempo, tempo, tempo, tempo... vou te fazer um pedido... tempo, tempo, tempo, tempo...".

Aproveitando o feriado, com esse tempo fechado, reservei um tempinho para analisar o movimento das peças no tabuleiro político de São José dos Campos. Em pouco tempo, menos de quatro meses, o eleitor joseense estará frente a frente com as confiáveis urnas eletrônicas para definir que projetos a cidade vai conjugar pelos próximos quatro anos, no tempo futuro.

A palavra-chave do pleito em São José será "tempo", repetindo o refrão de Caetano Veloso, que abre a coluna de hoje, com a belíssima "Oração ao Tempo". Com uma ruptura, após o PSDB vencer seis das últimas sete eleições no município, vamos ter o embate em 2024 entre amigos de outros tempos que tornaram-se rivais dos tempos atuais.

A expectativa, de acordo com as pesquisas pré-eleitorais, é que o grupo de Eduardo Cury (PL) e Emanuel Fernandes (PSDB) dispute o Paço contra o time do atual prefeito, Anderson Farias (PSD), e do vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth, do mesmo partido. Aliados até 2022, quando todos ainda estavam no ninho tucano, eles romperam em 2022, quando Felicio e Anderson migraram para o PSD.

Felicio renunciou à prefeitura, lançando-se na disputa ao governo estadual, e passando o bastão para Anderson, seu vice. Cury, à época, acusou Felicio de abandonar a cidade.

Bom, quem teve um tempinho para ouvir, nas entrelinhas, os discursos mais recentes de ambos os lados, percebeu como o tempo figura como pedra angular.

Em entrevista a OVALE, Anderson afirmou que é "muito mais inovador" e que os desafios da cidade hoje são diferentes dos tempos de Emanuel e Cury -- ele chegou a exemplificar, dizendo que a principal queixa do 156 nos tempos de Emanuel, que governou a cidade entre 1997 e 2004, eram os orelhões.

Na última semana, ao lançar-se como pré-candidato, Cury, por sua vez, rebateu a afirmação de Anderson, afirmando que os desafios de hoje são diferentes do tempo em que foi prefeito [2005 a 2012], mas que a experiência dele e de Emanuel, de quem já ocupou o sétimo andar do Paço, é decisiva para -- nos tempos de hoje -- solucionar problemas e corrigir os rumos da cidade.

Por falar em tempo, na formação do grid de largada da corrida ao Paço, até aqui, quem fez o melhor tempo foi Cury.

O pré-candidato do PL lidera, neste momento, a corrida, com 36% e 37,30% das intenções de votos, nos dois cenários testados na pesquisa estimulada, quando o entrevistado recebe uma lista com o nome dos pré-candidatos (Veja a pesquisa na íntegra). Além de liderar de forma isolada nos dois cenários testados para o primeiro turno, ele venceria seus principais adversários em eventuais enfrentamentos no segundo turno, aponta o levantamento exclusivo (Veja a pesquisa na íntegra).

Anderson ainda tem tempo de reverter o quadro? Os demais pré-candidatos -- Wagner Balieiro (PT), Dr. Elton (União), Wilson Cabral (PDT) e Toninho Ferreira (PSTU) -- têm tempo para surpreender? Após décadas, a eleição em São José será definida no 1º ou no 2º tempo? São perguntas pertinentes diante do quadro atual. Fato é que, até outubro, falta pouco tempo e, ao mesmo tempo, ainda há muito tempo.

Como diz o primeiro livro que ganhei, presente do meu pai, o clássico Trava-Língua: "O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem".

As respostas a essas e outras perguntas sobre a eleição em São José? Só o tempo dirá. Ah, o tempo e os ponteiros do eleitor.

P.s. Que em meio ao tiroteiro político e ao duelo de estratégias de marketing, sobre tempo para apresentar ideias aos eleitores de São José.

Comentários

1 Comentários

  • Jeferson 10/07/2024
    Deveriam fazer uma cobertura mais ampla da eleição em São José, evitando o tal clima de Fla-Flu que parece se desenhar. Em tempo, deveriam dar mais atenção a eleição de Jacareí também.