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Mas não é só isso: uma rede de solidariedade se formou em torno de Zabéu e Lucas para que tudo ocorra do jeitinho que ela deseja – e merece! Um grupo de WhatsApp foi criado para facilitar os preparativos, já que o "casório" está logo ali. Além de Zabéu, Lucas e a prima dela, Mayara Zandona Boscari, no grupo estão profissionais da área – estilistas, fotógrafos, videomaker, chef, maquiadora, manicure, confeiteiros, decoradores entre outros - que farão o casamento acontecer: do dia da noiva à festa.

“Já conseguimos praticamente todos os fornecedores: decoração, bebidas, convites. Acho que faltam o traje do noivo e a lua de mel”, disse, nesta quinta-feira, 7, uma das profissionais envolvidas - que preferiu não se identificar por entender que o trabalho é conjunto e não há motivo para personalização. “Está em cima da hora, mas cada um vai desempenhar um papel e tudo vai der certo. E vamos acreditar que Deus permita um final feliz”, emendou.

O casamento de Zabéu e Lucas será para um grupo seleto de 50 pessoas. Apenas para amigos mais íntimos e familiares. Por isso, a pedido, a Rede Sampi não divulgará onde a cerimônia será realizada.

Último desejo
Para realizar o último desejo de Zabéu, Mayara Boscari criou uma Vakinha Virtual no último dia 2. O objetivo era juntar R$ 25 mil. Até as 14h50 desta quinta-feira, a Vakinha havia arrecadado R$ 30.647,73. “A matéria [publicada na última quarta, 6] foi essencial”, afirma Mayara Boscari. "Tenho certeza de que se não fosse a matéria, não teríamos alcançado tantas pessoas e em tão pouco tempo conseguido alcançar um valor tão grande", emendou. Vale ressaltar que o site cobra uma taxa. A prima de Zabéu não soube dizer o valor exato, mas acredita ser em torno de R$ 2 mil.

Mayara destaca que a Vakinha foi encerrada no meio da tarde desta quinta-feira, 7, depois de conversar com Zabéu e Lucas, já que o valor arrecadado, inclusive, ultrapassou o objetivo inicial.

Relembre a história de Isabel
Isabel Veloso, a Zabéu, estudante de Psicologia de 17 anos, de Dois Vizinhos, Estado do Paraná, recebeu diagnóstico de Linfoma de Hodgkin em 2021, aos 15 anos. A partir daí, começou uma luta incansável contra a doença. Zabéu passou por quimioterapia, transplante de medula óssea e diversos tratamentos. Recebeu a notícia de que estava curada em novembro do ano passado.

Mas três meses depois, foi informada pelos médicos que o câncer havia retornado ainda mais agressivo. E após uma série de exames, o baque: não havia mais chance de cura. A equipe médica ainda disse que ela teria cerca de 4 meses de vida pela frente.

Mayara Zandona Boscari, prima de Zabéu, que sempre acompanhou tudo de perto, perguntou o que ela faria se pudesse ter mais tempo, qual era o sonho dela. E a resposta foi: se casar com o amor dela, o empresário Lucas Borbas, 26 anos, que conheceu quando tinha recebido o diagnóstico de cura, mas ainda estava em tratamento. Porém, pouco tempo depois de decidirem morar juntos, descobriram que a doença havia voltado em estado terminal.

Conheça Zabéu
Isabel Veloso fala sobre sua luta contra o Linfoma de Hodgkin no Instagram (@isabelvelosoo) para seus mais de 12,7 mil seguidores, e no TikTok, onde responde a perguntas. Além de gostar bastante de fazer os conteúdos, ela acredita que dá força a quem passa pelo mesmo que ela.

Em entrevista à Rede Sampi na quarta-feira, 6, Zabéu disse viver um turbilhão de sentimentos desde que descobriu o câncer. “Dói muito mesmo, mas com o passar dos anos eu fui aprendendo a lidar e percebendo algumas coisas.” Ela conta que precisou amadurecer muito cedo. “E confesso que só estou aqui ainda porque o amor das pessoas ao meu redor me mantém viva.”

O que é Linfoma de Hodgkin
Linfoma ou Doença de Hodgkin, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer) é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo.

Ele tem a característica de se espalhar de forma ordenada, de um grupo de linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos. A doença surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo), mais frequentemente um do tipo B, se transforma em uma célula maligna, capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir, nos linfonodos, cópias idênticas, também chamadas de clones.

Com o passar do tempo, explica artigo do Inca, essas células malignas podem se disseminar para tecidos próximos, e, se não tratadas, podem atingir outras partes do corpo. A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax.

A doença pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais). Os homens têm maior propensão a desenvolver o Linfoma de Hodgkin do que as mulheres.

A incidência de casos novos permaneceu estável nas últimas cinco décadas, enquanto a mortalidade foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970 devido aos avanços no tratamento.