O vereador Cecílio Santos (PT) propôs a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a execução das obras do BRT em Campinas. Iniciada em 2017, a previsão era que tudo estivesse pronto até o primeiro semestre de 2020, o que não ocorreu. O então prefeito Jonas Donizette (PSB) chegou a fazer um evento para entregar o que ele chamou de BRT 100% operacional, mas isso nunca ocorreu porque até hoje as intervenções não foram 100% concluídas.

Durante governo de Dário Saadi (Republicanos) foi anunciado que em julho de 2022 as obras seriam concluídas. Porém, atualmente há vários trechos ainda em obras ou parados, como acontece no Corredor Ouro Verde, onde as estruturas que não foram finalizadas e começam a dar sinais de desgates.

Já no corredor Campo Grande duas obras de grande porte estão apenas começando: o segundo viaduto sobre a rodovia dos Bandeirantes e o viaduto da avenida Transamazônica. No trecho próximo ao shopping Parque das Bandeiras as obras ainda não começaram.

“Agrava ainda mais a situação o fato de que sem as obras estarem concluídas, o BRT não entra em operação. Trechos que já foram concluídos estão se deteriorando sem sequer serem utilizados", afirmou o vereador.

Para conseguir instalar a CPI, Cecílio precisa coletar as assinaturas de outros dez vereadores. Quando chegar ao número mínimo exigido pelo regimento da Câmara, o pedido de CPI pode ser apresentado formalmente e a comissão é instalada na primeira sessão da Câmara depois do protocolo.

Abandono
Em julho do ano passado a Prefeitura de Campinas rompeu o contrato com o consórcio que seria responsável pela conclusão das obras do lote 4 do sistema BRT. Esta parte compõe o Corredor Ouro Verde do BRT e abrange as Avenidas João Jorge, Amoreiras, Piracicaba, Ruy Rodriguez e Camucim até o Vida Nova, totalizando 14,6 quilômetros.

No ano passado, a Administração chegou a divulgar que aplicou uma multa ao consórcio responsável por essas obras por atraso daquele trecho dos corredores. A penalização foi suspensa após a empresa assumir o compromisso de concluir os serviços nos prazos e conceitos técnicos definidos.

Em outubro, a Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura de Campinas aplicou multa de R$ 550 mil para o Consórcio BRT Campinas, além do rompimento do contrato. Desde então uma nova licitação é prometida, mas ela nunca saiu do papel.

Procurada, a Prefeitura de Campinas informou que as obras do BRT estão 96% concluídas. O lote 2 será concluído com os dois últimos viadutos (sobre a Avenida John Boyd Dunlop e a Rodovia dos Bandeirantes) que estão em obras. A previsão é que a entrega ocorra ainda neste ano.

O lote 3 será concluído com a entrega do terminal Campos Elíseos. A previsão é que a obra termine neste mês de março. Já para finalização lote 4, será feita uma nova licitação - cuja previsão é publicar também neste mês de março - para conclusão dos 11% restantes das obras.