RECEITA

Patacones

Para fazer os patacones, compre banana-da-terra verde. Eu consegui na feira da Major Nicácio e as levei para a cozinha, procurando me lembrar de como as vi sendo preparadas em Cartagena das Indias, onde estive há muitos anos.

Por Sonia Machiavelli | 17/07/2021 | Tempo de leitura: 2 min
especial para o GCN

Dirceu Garcia/GCN

Ingredientes
4 bananas verdes
1 litro de água fria
1 colher (chá) de sal
Óleo de milho pra fritar
Papel toalha para escorrer

Patacones é o plural de patacón, palavra que designou a primeira moeda cunhada na América Latina. Arredondada, amarela, com o centro marcado pelas sementinhas escuras, de fato a iguaria guarda semelhança . É típica de toda a América espanhola, onde recebe nomes variados, sendo consumida com o ajiaco, a típica sopa de choclo colombiana; com arroz misturado a frango; com outras carnes; com alguma pasta em cima. Ou solita, sequinha, como acompanhamento de uma tequila, por exemplo.

Os patacones são feitos com plátanos, cuja correspondência no Brasil é a banana-da-terra. Aliás, é curioso saber que os latino-americanos de língua espanhola dividem os frutos em bananas (ou bananos) e plátanos. Ao primeiro grupo correspondem todas as que são ingeridas cruas, como as nossas nanica, maçã e prata, também cultivadas por lá; ao segundo, os frutos que contêm mais fécula e por isso necessitam de cozimento ou fritura para serem consumidos. A banana-da-terra é uma dessas. E tem de estar verde para que o patacón fique bom.

Bananas e plátanos chegaram à América pela África ocidental, via Canárias, mas sua origem é asiática. É hoje a fruta mais consumida no mundo, incluindo o Brasil. Ambas pertencem ao gênero musa. O plátano é uma fruta cientificamente denominada ‘musa paradisíaca’- assim poeticamente a batizou o botânico Linneu.

Para fazer os patacones, compre banana-da-terra verde. Eu consegui na feira da Major Nicácio e as levei para a cozinha, procurando me lembrar de como as vi sendo preparadas em Cartagena das Indias, onde estive há muitos anos.

Descasquei e cortei cada uma em seis rodelas. Deixei repousar em água gelada onde mergulhei três dentes de alho amassados, para, como dizem por lá, saborizar os pedaços. Aqueci bem o óleo. Retirei os pedaços da água, escorri, sequei e mergulhei no óleo quente. Deixei fritar por três minutos, retirei com espumadeira, dispus sobre papel toalha.

Na Colômbia usam um utensílio, a pataconeira, para amassar cada um desses pedaços fritos até que tomem o formato de uma medalha grande. Também vi um hábil cozinheiro em restaurante de Bogotá moldando os pedaços na palma das mãos, com grande êxito. Na falta de ambas, pataconeira e habilidade, usei a base de uma taça de martini para ir esmagando os cilindros em discos.

Depois de todos prontos, fritei-os de novo em óleo bem quente, até ficarem dourados e crocantes. Deixei escorrer uns minutos e dispus numa tigela, com duas tigelinhas- uma de guacamole e outra com molho de tomates. Poderia ter coberto com frango desfiado, carne moída, champignons, camarões, bacalhau e outras preparações que a inspiração sugerisse.

Fica o convite para que o leitor, a leitora ousem com seus ingredientes preferidos ou mais próximos de suas mãos e bolsos.

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