CULINÁRIA

Nhoque ao molho rústico de tomates

O nhoque, prato de nome onomatopaico, pois imita o som de quem corta com dentes pedaço de alimento sólido, é bastante comum no Brasil, especialmente nas regiões onde chegaram os italianos a partir do final do século XIX, ou seja, São Paulo e o Sul do país.

Por Sonia Machiavelli | 06/06/2021 | Tempo de leitura: 4 min

Ingredientes

Massa
6 batatas médias
1 ovo
1 colher (sobremesa) de manteiga
12 colheres (sopa) de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
1 colher (chá) de açafrão
Sal a gosto

Molho
2 latas de tomates pelados
6 colheres (sopa) de azeite
1 cebola
6 dentes de alho
½ talo de salsão sem as folhas
5 folhinhas de manjericão
5 xícaras (chá) de água
Sal a gosto
Pimenta-do-reino moída na hora a gosto

O nhoque, prato de nome onomatopaico, pois imita o som de quem corta com dentes pedaço de alimento sólido,  é bastante  comum no Brasil, especialmente nas  regiões onde chegaram os italianos a partir do final do século XIX, ou seja, São Paulo e o Sul do país. Mas também na Argentina, no Chile, no Uruguai, onde os oriundi aportaram  vindos das regiões pobres do sul da Itália para cultivar a terra, fazer vinho, amassar pão.

Embora fortemente associado à Itália, o prato, garantem pesquisadores de gastronomia, nasceu no Oriente, onde o descobriram  conquistadores romanos que começaram a explorar a área. Teriam sido eles que levaram a receita para a região de Roma e adjacências. Como acontece sempre, o prato foi ganhando variações de acordo com o transcorrer do tempo e as culturas que o acolheram. 

No início era uma massa de água, ovos  e farinha enrolada em cordões e cortada em pedacinhos, depois cozidos e temperados com azeite, uma pasta de ervas ou apenas sal e um pouquinho da água do cozimento. A Sardenha, bela ilha da costa italiana, é considerada a região que mais preservou a técnica antiga.  Friulli, distante dali, para aproveitar sobras de pão  criou um nhoque original, até hoje apreciado. 

Foi a descoberta da América que mudou a estrutura da massa, juntando-lhe batatas e a temperando com molho com o qual o nhoque se casou tão bem: o de tomates. A batata, que os europeus descobriram na América Central, representou a oportunidade de substituir parte da farinha  de trigo, ingrediente muito caro à época, na composição da massa. E o pomodoro logo se mostrou excelente para  um molho denso, perfumado e saboroso, companhia ideal para os pedacinhos de massa. 

É interessante lembrar que o desenho do nhoque resiste há séculos. Ou seja, cortado  em pedaços de dois ou três centímetros,  sua cor mantém-se  bege ou ligeiramente  amarelada. Os molhos é que variam bastante, indo do amanteigado com sálvia  ao rústico de  tomates. É esse último que mostramos aqui para os leitores. 

Primeiro, a massa. Para que o nhoque fique soltinho, a batata, com casca, deve ser assada e não cozida. Asse no forno ou no microondas. Se no forno, enrole em papel alumínio. Se no micro, coloque num refratário , cubra com papel filme e fure a superfície deste com palito para que não estoure ao assar. O tempo depende dos fornos. Fure com garfo para ver se as batatas estão macias e retire. 

Descasque ainda quentes (essa é a única parte que vai dar trabalho). Passe pelo espremedor. Numa tigela coloque o purê ainda quente. Quebre o ovo no meio, junte a manteiga, o sal e, aos poucos, vá agregando a farinha, mexendo com colher de pau até dar ponto de enrolar. Leve a massa para a bancada da pia polvilhada com farinha. Divida  em quatro partes e modele um cordão com cada. Corte em pedacinhos e leve-os a uma assadeira também polvilhada. A essa altura a água (dois litros) deverá estar fervendo na panela. Junte os pedaços de nhoque aos poucos e à medida que subirem à tona, retire-os  com espumadeira , transferindo-os para uma travessa de servir. Cubra com o molho e, se gostar, polvilhe parmesão ralado.

O molho pode ser preparado antes e até na véspera. Dura bem na geladeira por até uma semana, se bem fechado. Descasque e pique fino a cebola, os dentes de alho e o salsão. Leve ao fogo baixo uma panela média com o azeite e junte  as   folhas  de manjericão  que devem  estar bem secas,  para não espirrar no azeite. Mantenha o fogo bem baixo, assim  as folhas perfumam  mas  não queimam.  Depois de cinco  minutos, junte a cebola e mexa até ficar transparente.  Aumente o fogo para médio e refogue o salsão por três  minutos. Junte o alho e misture por um  minuto. Por último,  agregue  os tomates e o líquido da lata. Pressione com uma espátula contra o fundo da panela até partir em pedaços. Tempere com sal e pimenta-do-reino moída na hora, a gosto. Quando o tomate começar a ferver, abaixe o fogo novamente e junte duas  xícaras (chá) da água fervente. Misture bem e deixe cozinhar por  cerca de uma hora, em fogo baixo, com a panela tampada, mexendo de vez em quando para o molho não grudar no fundo. À medida que for secando, vá adicionando água quente, num total de cinco,  e mexendo aos poucos.  Este molho fica delicioso e superperfumado.

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