Batatas rústicas: veja o passo a passo desta delícia

Alecrim e tomilho, alho e sal, mais um bom azeite, transformam batatas em iguaria saudável.

14/01/2018 | Tempo de leitura: 4 min

Ingredientes:
 4 batatas grandes
 4 ramos de alecrim
 4 ramos de tomilho
 4 colheres de azeite
 4 dentes de alho
 Sal grosso
 
 
O alecrim é uma erva aromática comum na região do mar Mediterrâneo.Cresce bem em solos de origem calcária, bebem a luz do Sol. Devido ao seu aroma característico, os romanos o designavam ros marinus, que em latim significa orvalho do mar. Rosmarinus officinalis é o nome botânico da espécie, cujo gênero é a Lavandula. 
 
Na França, onde não houve as influências externas que incidiram sobre a Península Ibérica dos séculos Vlll ao XV, o alecrim é conhecido como romarin (pronuncia-se romarrã). No sul do País circula lenda bonita que considera outra etimologia para o nome: Ros marie, ou seja, orvalho de Maria. Conta a história que a Virgem, grávida de Jesus, antes de entrar no estábulo onde daria à luz, estendeu seu manto azul sobre um arbusto que exibia flores brancas.Tempos depois, quando ele novamente floriu, as flores eram azuis. Do inglês rosmary, nada sei.
 
Mas, se a etimologia é Ros marinus (ou Ros marie), que evoluiu para rosmaninho, em Portugal e romarin, na França, por que no Brasil é alecrim- uma palavra nem um pouquinho parecida? Tem explicação: ela é um termo de língua árabe e foram eles, os árabes, que ensinaram os povos ibéricos a usar o alecrim como planta medicinal e, principalmente, culinária. Era al-iklin. Evoluiu para alecrim. E como tal é conhecido em nosso país solar, onde encontra bom habitat em todas as regiões. 
 
Arbusto perene, altura média de 1 metro, muito ramificado, sempre verde, exala perfume forte e agradável. Sua flor é muito apreciada pelas abelhas que nela buscam substâncias que produzem um mel de extrema qualidade. Por isso há quem plante alecrim perto de apiários, para influenciar o sabor do produto. Quando cultivado em vasos, deve ser mantido de preferência aparado, de forma a evitar o crescimento excessivo e a perda de folhas nos seus ramos interiores e inferiores. Pode ser propagado a partir de uma planta já existente, através do corte de um ramo novo com cerca de 1015 cm, retirando-se algumas folhas da base e plantando diretamente no solo. Fresco, o alecrim é apreciado na preparação de aves, carnes de porco, salsichas, linguiças. Na Itália entra na marinada de carneiro, cabrito, vitela. Muitos churrasqueiros gaúchos espalham bom punhado sobre as brasas do carv ão aceso, perfumando a carne e difundindo um agradável odor no ambiente. Pode ser utilizado ainda em sopas e molhos. 
 
Tenho um pé de alecrim em casa. E também pés de cebolinha, salsinha, manjericão, hortelã e tomilho. À exceção deste último, não dão trabalho algum, a não ser água em tempo de seca. E fazem grande diferença em relação aos que são comprados e ficam perdendo suas boas qualidades dentro da geladeira. O tomilho, que vem do espanhol “tomillo” e já era usado na Pérsia há pelo menos dois mil anos. Ele é mais complicado. Às vezes morre, apesar de todos os cuidados. Mas vale a pena manter um pé, pois suas folhas minúsculas são extremamaente aromáticas e vão bem com quase todos os alimentos. 
 
Alecrim e tomilho, alho e sal, mais um bom azeite, transformam batatas em iguaria que você pode comer sem culpa porque não é frita e sim assada. Ficam douradas, crocantes por fora e macias por dentro. Melhor acompanhamento para bifes não há. 
 
Escolha as do tipo Asterix, também conhecidas como holandesas. Elas possuem a casca rosada e o interior mais amarelado. Essa variedade, por conter alto teor de amido, apresenta boas características para fritura. Tem sabor peculiar, textura cremosa e aroma característico. Além disso, por seu formato oval alongado, facilita o corte em gomos. 
 
Comece ligando seu forno em temperatura alta, tipo 180 graus. Lave bem as batatas, sem descascá-las. Lave e seque também as ervas, colocando-as sobre papel toalha. Coloque uma batata sobre tábua de madeira e corte em gomos espessos. Repita a operação com as outras batatas. Transfira para uma panela, cubra com água, tempere com uma colher (chá) de sal. Leve a panela ao fogo alto. Preste atenção quando começar a ferver e conte sete minutos. Desligue o fogo, escorra as batatas numa peneira. Quanto mais escorridas, melhor. Tempere com as ervas, os dentes de alho em suas cascas, metade do azeite. Misture com as mãos e acomode os gomos numa assadeira de maneira que formem uma camada única, ou seja, não devem ficar superpostos. Quanto mais afastados, melhor, ficarão mais crocantes. Tempere com sal grosso e pimenta-do-reino moída na hora. Regue com o azeite restante. Leve ao forno já quente por 40 minutos. De vez em quando sacuda a assadeira. Na metade do tempo indicado, vire os gomos com uma pinça para que dourem por igual. Sirva em seguida, quentíssimas, maravilhosas, tendo antes se inebriado com os perfumes que evolam da combinação de todos os ingredientes. 
 
 

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