23 de julho de 2025
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CONFLITO HUMANITÁRIO

Greta Thunberg e brasileiro são detidos por Israel; VEJA o caso

Por Bia Xavier/JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/@gretathunberg/Instagram
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Greta Thunberg era uma das tripulantes da embarcação Madleen

Um barco da organização internacional Coalizão Flotilha da Liberdade, que levava um grupo de ativistas com destino à Faixa de Gaza, foi interceptado por forças israelenses na segunda-feira (9). A embarcação, chamada Madleen, transportava uma pequena carga de ajuda humanitária e defensores dos direitos humanos, entre eles a ativista climática sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila.

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A bordo estavam cidadãos de diversos países, incluindo Brasil, França, Alemanha, Holanda, Suécia, Espanha e Turquia. O grupo pretendia denunciar o bloqueio israelense e conscientizar sobre a grave crise humanitária em Gaza, especialmente a escassez de alimentos. Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, os passageiros estavam em segurança e seriam encaminhados para seus países de origem. O governo israelense classificou a missão como uma “provocação midiática” e afirmou que o navio carregava “menos do que um caminhão de ajuda humanitária”.

Momentos antes da detenção

Thiago Ávila, de 37 anos, compartilhou um vídeo em sua rede social pouco antes do contato com o barco ser perdido. “Se você está assistindo a esse vídeo, isso significa que eu fui preso ou sequestrado por Israel ou por alguma outra força cúmplice no Mediterrâneo”, afirmou.

Ávila tem histórico de participação em missões humanitárias, incluindo uma viagem recente a Cuba. Greta Thunberg, de 22 anos, ganhou reconhecimento mundial ainda adolescente por liderar greves escolares contra a crise climática e já foi presa diversas vezes por protestos pacíficos ao redor do mundo.

A conexão com o barco foi interrompida quando a embarcação ainda navegava em águas internacionais. A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, afirmou que estava em contato com os ativistas e relatou que houve pelo menos três incidentes antes da abordagem israelense, incluindo sobrevoo de aeronaves e lançamento de uma substância não identificada.

Reações internacionais e acusações mútuas

O Hamas classificou a interceptação como uma “violação flagrante do direito internacional” e responsabilizou Israel pela integridade física dos ativistas. A organização pediu à ONU e outras entidades internacionais que condenem o ato e pressionem pelo fim do bloqueio.

Israel, por sua vez, afirma que o bloqueio marítimo imposto desde 2007 é uma medida necessária para impedir o envio de armamentos ao Hamas. O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou que o país agiria para evitar a chegada da embarcação, considerada uma ameaça à segurança nacional. “Não permitiremos que essa flotilha de ódio chegue a Gaza”, escreveu nas redes sociais.

Já os organizadores da Flotilha da Liberdade sustentam que a missão era civil e pacífica, com o objetivo de denunciar o cerco e entregar ajuda simbólica — como arroz e leite em pó para bebês. “Israel não tem o direito de impedir que um barco civil e desarmado leve ajuda à população sitiada de Gaza”, afirmou a porta-voz Hay Sha Wiya.