NESTA SEXTA

Markinho recebe carta de repúdio contra gestão da Cultura

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Câmara de Bauru
As demandas vão desde “a revisão imediata da política de tarifas” a temas mais amplos, como a veiculação mais clara dos eventos agendados no Teatro,
As demandas vão desde “a revisão imediata da política de tarifas” a temas mais amplos, como a veiculação mais clara dos eventos agendados no Teatro,

Representantes de diversos segmentos artísticos de Bauru entregaram, na tarde desta sexta-feira (27), uma carta de repúdio ao presidente da Câmara, Markinho Souza (MDB), contra o decreto que instituiu o novo regulamento do Teatro Municipal “Celina Lourdes Alves Neves” e estabeleceu valor de R$ 4 mil para alugar o espaço.

No documento, os artistas criticam a política adotada após a reabertura do teatro, que ficou dois anos interditado e passou por reforma. Para os signatários, a nova regulamentação inviabiliza o acesso ao espaço e adota uma “postura excludente e elitista”. Também apontam falta de diálogo por parte da Secretaria da Cultura e apresentam uma série de reivindicações.

Entre os pedidos estão a revisão imediata das tarifas, maior transparência nos editais e na seleção de projetos, divulgação mais ampla da agenda do Teatro Municipal, participação da classe artística nas decisões da pasta e diálogo efetivo com o Conselho de Cultura.

Os coletivos ainda solicitam o fim de bloqueios de artistas nas redes sociais da Secretaria e atribuem ao atual secretário a responsabilidade pelo “sucateamento das políticas públicas de cultura”.

A carta foi elaborada pela Organização dos Artistas de Palco de Bauru e conta com assinaturas de dezenas de grupos e escolas da cidade, como Arte em Cena, Studio 4, Sigma, Lab ET, Núcleo Ferruada, Giracorpo, Plié, Cia Pé no Chão, Ballet Art Scheila do Valle, SAC, Casa das Máscaras, Fúlvia Goulart, Notre Vie, Jade Suhaila, Tobias Terceiro, entre outros.

Presidente costura reunião com prefeita

Durante o encontro, Markinho afirmou que sempre defendeu a cultura e lamentou o problema relatado pelos signatários da carta. O presidente da Câmara disse já ter feito críticas à condução da Secretaria da Cultura em plenário e destacou que o problema é antigo, reforçando a importância de acolher as demandas dos artistas.

Ele também mencionou que parte das atribuições da Cultura deve ser transferida à Secretaria de Comunicação, em uma reformulação prevista pela administração. Ao fim da reunião, intermediou o agendamento de uma conversa entre os representantes do setor artístico e a prefeita Suéllen Rosim, prevista para a próxima semana.

“É preciso valorizar os produtores locais. A reforma do teatro foi importante, mas não adianta termos um espaço moderno se os artistas da cidade não conseguem usá-lo para levar arte à população”, afirmou.

Protesto

Na quinta-feira (26), representantes de parte da classe artística chegaram a protestar no Teatro contra o que chamaram de desmonte da cultura municipal – sobretudo pelo risco, segundo os manifestantes, de perder verba relacionada à Lei Aldir Blanc.

Em nota ainda na quinta, a pasta afirmou que "não será possível executar os 60% das verbas exigidos pelo Ministério da Cultura até a data de aferição", mas salienta que "não há risco de perder os recursos, ocorrendo somente o adiamento do Ciclo 2 para 2026".

"A pasta vai seguir todas as etapas de solicitação dos recursos para Ciclo 2, como já tem feito, com escutas públicas, realizadas entre abril e maio, com participação do Conselho de Política Cultural, criação de um Grupo de Trabalho, que já realizou a primeira reunião, elaboração do Plano de Alocação de Recursos, com prazo até 31/8/2025. Portanto, secretaria está trabalhando dentro dos prazos definidos pelo Ministério da Cultura", acrescenta.

A secretaria disse lamentar "que um pequeno número de pessoas que se dizem representantes do setor tenham atitudes como essa, com desinformação e mentiras".

Comentários

Comentários