BAURU

CEI nega acareação e mantém indefinição sobre bens apreendidos

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Câmara de Bauru
Da esquerda à direita, os vereadores Pastor Bira, Sandro Bussola, André Maldonado e Beto Móveis, que integram a CEI
Da esquerda à direita, os vereadores Pastor Bira, Sandro Bussola, André Maldonado e Beto Móveis, que integram a CEI

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura denúncias de desvios no Fundo Social da Prefeitura de Bauru durante a gestão Lúcia Rosim rejeitou pedido da vereadora Estela Almagro (PT) por uma acareação entre Damaris Pavan e Andréa Storolli por fragilidades no depoimento da segunda.

Acatou, apesar disso, representação para requerer à Polícia Civil investigação sobre eventual crime de falso testemunho na oitiva de Storolli - cujo depoimento tem duas contradições. A primeira envolve questão partidária: ela negou ser ou ter sido filiada a algum partido enquanto foi, na verdade, candidata a vereadora no ano passado pelo PP.

É o mesmo partido do relator da CEI, André Maldonado, que não a confrontou durante a oitiva - ele disse em declarações posteriores que não se lembrava do fato de que Andréa compunha a chapa de candidatos.

A segunda, por sua vez, abrange a irmã de Lúcia Rosim, Márcia Maria da Silva. Storolli negou ter conhecimento de que a tia da prefeita retirasse cestas básicas do Fundo Social - em áudio enviado a Damaris Pavan, porém, admite o fato e, mais do que isso, confirma que não havia nenhum controle sobre isso. Ela alega que a gravação está fora  de contexto.

Em reunião nesta quarta-feira (25), a CEI sinalizou ainda para uma potencial entrega do relatório final do procedimento já na próxima sexta-feira (27). O relatório parcial, que basicamente descreve o que foi feito até aqui, foi lido nesta quarta.

O relatório, porém, não aprofunda nos documentos que a CEI garante ter analisado. A comissão recebeu na semana passada ofício da Receita Federal que indica a doação, segundo apurou o JC, de cerca de R$ 1 milhão em bens à Prefeitura de Bauru nos últimos quatro anos. Entre eles estão centenas de celulares, aparelhos cuja destinação é incerta e não sabida - assim como outros eletrodomésticos doados pela Polícia Civil.

A reportagem indagou o relator da CEI nesta quarta sobre se a prefeitura esclareceu para onde foram os equipamentos. Segundo Maldonado, não há controle sobre nada disso. "Tem o registro de entrada, mas não o de saída", reconheceu o vereador.

Mais tarde, em vídeo publicado nas redes sociais, a vereadora Estela Almagro (PT) questionou o paradeiro dos celulares.

"Onde foram parar os 449 aparelhos doados pela Receita? Isso nós também queremos saber. E mais do que isso é dever dos membros da CEI investigar o paradeiro destes aparelhos que, segundo a mãe da prefeita, passou pelo fundo e foram direcionados a estudantes", afirmou a petista. "Valores que somam R$ 320 mil reais, somente em celulares, não podem ser negligenciados em sua apuração, sob pena do crime de prevaricação, previsto no art. 319 do Código Penal", acrescentou.

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