
Uma quadrilha assaltou uma agência do Banco do Brasil, na tarde desta segunda-feira (7), no Núcleo Mary Dota, em Bauru, e rendeu os funcionários para conseguir subtrair malotes em dinheiro e fugir pelo telhado do estabelecimento. A estimativa preliminar é de que o bando tenha levado cerca de R$ 500 mil.
O roubo foi registrado por volta das 16h30, na unidade localizada na quadra 10 da avenida Doutor Marcos de Paula Raphael. Encapuzados e usando luvas, quatro criminosos - dois deles armados - entraram no prédio pelo telhado e surpreenderam seis trabalhadores no fim do expediente.
A agência já estava fechada e não havia clientes no local. Uma testemunha relatou ao Jornal da Cidade ter visto, pouco antes de escurecer, dois homens subindo no telhado de uma empresa que fica ao lado do banco.
Eles não teriam usado escada ou qualquer outro tipo de anteparo para escalar os muros e, por isso, acredita-se que sejam pessoas jovens e com bom condicionamento físico. Na sequência, conseguiram entrar na agência pelo telhado. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de participação de outros indivíduos na ação.
A primeira funcionária surpreendida pelos assaltantes estava no pavimento superior do prédio e revelou à reportagem ter sido amarrada, amordaçada e trancada em um banheiro (leia mais abaixo). Os outros cinco trabalhadores também foram trancados, antes de serem obrigados a levar os ladrões até o cofre onde estavam os malotes com dinheiro, mas ninguém ficou ferido.
SEGURANÇA
Por motivos a serem esclarecidos, a invasão não provocou o acionamento do sistema de alarme da unidade. A Polícia Militar (PM) só tomou conhecimento da ocorrência quando o bando já tinha saído do prédio e os funcionários puderam ligar para o 190.
Diversas viaturas e o helicóptero Águia foram mobilizados, mas nenhum suspeito foi identificado. Em seguida, a Polícia Civil também integrou a força-tarefa para investigar o caso. As apurações iniciais apontam que, após o roubo, a quadrilha fugiu em um carro preto, posteriormente encontrado incendiado em uma área rural às margens da rodovia Cezário José de Castilho (SP-321), a Bauru-Iacanga.
Em outro veículo, o grupo tomou rumo ignorado até o momento. A principal hipótese, ao menos até agora, é de que os assaltantes sejam especializados em roubo a banco e não residam em Bauru. Além disso, a polícia trabalha com a possibilidade de este ser um novo modo de ação, menos ostensivo, para a subtração de grandes quantias das agências.
Tanto é que, no lugar de fuzis, os criminosos estavam armados com um revólver e uma pistola. A discrição deles foi tamanha que, mesmo em plena tarde, funcionários de estabelecimentos vizinhos só notaram a movimentação atípica no local com a chegada da PM.
Em nota, a assessoria de comunicação do Banco do Brasil informou que colabora com as autoridades policiais e não divulga mais informações por questões de segurança e para não atrapalhar as investigações.
'Eles me amarraram e me amordaçaram', relata vítima
A primeira vítima a ser rendida pelos três criminosos que assaltaram uma agência do Banco do Brasil na tarde desta segunda-feira (7) no Núcleo Mary Dota, em Bauru, revelou ao JC que foi trancada pelo grupo em um banheiro do estabelecimento. Armados e usando máscaras e luvas, os ladrões entraram no prédio pelo telhado e surpreenderam a funcionária sozinha, no pavimento superior do banco, quando ela se preparava para encerrar o dia de trabalho.
"Eles me amarraram, colocaram uma mordaça na minha boca para eu não gritar e avisar quem estava embaixo e me trancaram no banheiro. Quando a polícia chegou, demoraram para me encontrar, porque o segurança achou que eu já tinha ido embora", detalha.
De acordo com a vítima, seis funcionários da agência foram feitos reféns pelo bando. Um dos integrantes da quadrilha ficou no pavimento superior, enquanto os outros dois, depois de perguntarem à mulher onde ficava o cofre, foram até o piso térreo, quando os outros cinco funcionários foram rendidos. Nenhum deles ficou ferido. "Eles só falaram para eu ficar quieta, que nada aconteceria", relembra a primeira vítima.