RIO DE JANEIRO

Justiça determina liberação de imagens da UPA em que homem morreu

Por | da Folhapress
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Reprodução de vídeo/Facebook
José Augusto Mota da Silva aguardava atendimento em uma cadeira da UPA na Cidade de Deus.
José Augusto Mota da Silva aguardava atendimento em uma cadeira da UPA na Cidade de Deus.

O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Rio de Janeiro conseguiu uma liminar na Justiça do Trabalho nesta quinta-feira (19) para que as imagens das câmeras de segurança da UPA Cidade de Deus sejam fornecidas pela RioSaude.

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Sindicato questiona a demissão dos profissionais após a morte de um homem que aguardava atendimento na UPA Cidade de Deus. "Demissões injustas e arbitrárias, retirando o sustento das famílias destes trabalhadores", afirmou o advogado do Sindicato, José Carlos Nunes.

Entidade entrou com um pedido de produção antecipada de provas, solicitando a liberação das imagens do circuito de segurança. A juíza Elisangela Belote Mareto, da 57ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, concedeu a liminar, justificando que o armazenamento desse tipo de conteúdo se dá por tempo determinado. "Há evidência real da perda da prova, caso não produzida com imediatidade", diz a decisão.

RioSaude tem 48 horas para cumprir a liminar, sob pena de multa diária de R$ 200. As filmagens de todo o circuito interno, no período de 11 a 13 de dezembro de 2024, deverão ser anexadas ao processo.

O UOL entrou em contato com a RioSaude e aguarda um retorno.

José Augusto Mota da Silva aguardava atendimento em uma cadeira da UPA na Cidade de Deus. A cena foi gravada na noite de sexta-feira (13) por pacientes na sala de espera da unidade. Os vídeos foram compartilhados em grupos de moradores.

Outro vídeo mostra José Augusto sendo levado em uma maca e os outros pacientes reclamando com a equipe. "Agora vocês estão com pressa, né? O homem chegou aqui gritando de dor (...) Todo mundo é culpado, ninguém atendeu", diz um paciente.

Emily Larissa Souza Mota, sobrinha do homem, disse ao UOL no domingo (15) que o tio sofria de problemas no estômago. Ele já havia passado por uma UPA do Rio em abril deste ano, mas o problema continuou.

A SMS (Secretaria Municipal de Saúde) do Rio disse que a coordenação da unidade abriu uma sindicância para apurar o caso. "Segundo relatos iniciais dos profissionais, tudo aconteceu muito rápido", diz a nota da pasta. O paciente teria entrado "lúcido e andando" e teve a classificação de risco feita às 20h30.

"Poucos minutos depois, foi acionada a equipe médica devido ao paciente encontrar-se desacordado", alegou a secretaria. "Ele foi levado à Sala Vermelha para atendimento, mas infelizmente não resistiu", acrescenta o comunicado.

A morte motivou a abertura de uma investigação na Polícia Civil e outra no Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio). O caso é investigado na 41ª DP (Tanque) e "agentes realizam diligências para esclarecer todos os fatos", informou a corporação ao UOL.

Já o Cremerj abriu uma sindicância sigilosa para apurar a morte de José Augusto Mota da Silva. A investigação interna diz respeito diretamente à conduta profissional.

A Secretaria da Saúde do Rio desligou 20 funcionários da UPA que estavam de plantão na sexta-feira. Médicos, enfermeiros e recepcionistas foram demitidos, segundo informação da secretaria ao UOL nesta segunda-feira (16). Os nomes dos funcionários não foram divulgados pela pasta.

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