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Bauru registra alta nos acidentes com escorpiões e aranhas

Por Guilherme Matos | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Roberto Marono/Divulgação
Com a maior presença de baratas, alimento predileto do escorpião, o aparecimento do aracnídeo também é mais comum nesta época; animal vive 4 anos
Com a maior presença de baratas, alimento predileto do escorpião, o aparecimento do aracnídeo também é mais comum nesta época; animal vive 4 anos

A Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), antiga CCZ, registrou um aumento nos acidentes com animais peçonhentos de janeiro até o mês de novembro de 2024. As ocorrências com aranha aumentaram em 18,6% e as com escorpião em 8,9% no comparativo com 2023. No caso de aranhas, os casos foram de 43 para 51 acidentes. Já nas ocorrências com escorpião os números foram de 316 para 344.

Conforme o JC noticiou em outubro de 2023, já havia um aumento nas notificações de presença de escorpiões no município. A Divisão de Vigilância Ambiental da Prefeitura de Bauru informou um aumento de 19%. Os números passaram de 352 casos, em todo o ano de 2022, para 419 até o dia 10 de outubro de 2023.

De acordo com o biólogo da Unesp Roberto Marono, o aumento está ligado a uma questão climática. O calor acelera o metabolismo desses aracnídeos que se tornam mais ativos. Além disso, as altas temperaturas, aliadas à umidade, formam o ambiente perfeito para a reprodução.

Os ninhos e habitat dos animais são locais com essas características. O especialista destaca áreas com lixo, entulho, ralos, folhas secas e até mesmo aquelas caixas vazias largadas em um despensa, por exemplo. Os escorpiões se reproduzem, ainda, em uma velocidade considerável. “A fêmea do escorpião-amarelo não precisa do macho para que ocorra a fecundação. Esse animal tem até gestações por ano com 20 a 25 filhotes”, explica.

Outro problema são as chuvas. A água, além de umedecer o ambiente, obriga os aracnídeos a mudarem de ambiente, o que faz com que eles busquem refúgios nas casas.

No caso das aranhas, a reprodução vai variar de espécie para espécie. Roberto explica que a mais comum em Bauru é a aranha-de-grama, a menos perigosa e com uma picada que provoca somente vermelhidão e pouca dor. No entanto, a cidade também registra a armadeira, uma das picadas mais perigosas do Brasil. O veneno pode provocar taquicardia e convulsões.

Outra espécie presente na cidade é a aranha-marrom. Esta, segundo o biólogo, é uma das mais perigosas. O veneno injetado tem efeito necrosante e “apodrece” os tecidos próximos da picada se não for não tratado.

Prevenção

Para se prevenir contra esses animais, Roberto orienta a vedação da casa, o fechamento de ralos, a limpeza constante de quintais para retirada de folhas, além de evitar o acúmulo de lixo e entulho. O biólogo também alerta que alguns escorpiões e aranhas podem vir com materiais de construção.

A prefeitura recomenda que os moradores usem telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar frestas nas paredes e soleiras nas portas. O Executivo pede, ainda, que a população afaste camas e berços das paredes, além de vistoriar roupas e calçados antes de vesti-los. "Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões", finaliza.

Os danos podem ser mais graves e até mortais para crianças e bebês. Dependendo da idade, é difícil que elas identifiquem que foram picadas. Para identificar, no caso das aranhas, além de vermelhidão e inchaço, o ferimento terá dois furos. A principal diferença para a picada do escorpião é que esse animal faz somente um orifício para injetar o veneno.

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