A disputa em torno da presidência da Câmara para o próximo biênio já começou e movimenta os corredores do Poder Legislativo de Bauru.
Pelo menos três nomes tentariam costurar acordo para concorrer ao cargo: Júnior Lokadora (Podemos), Marcelo Afonso (PSD) e André Maldonado (PP).
Há outros, porém, com pretensão de ao menos permanecer na Mesa Diretora, segundo apurou o JC, a exemplo de Markinho Souza (MDB) - presidente da Casa entre 2020 e 2022 e atual primeiro secretário.
A oposição não faz grandes apostas sobre eleger presidente e não apresentou resistência ao nome do colega de bancada Júnior Lokadora - que conversou nos últimos dias, por exemplo, com Eduardo Borgo (Novo) e Pastor Bira (Podemos) para sondar possível respaldo.
Do lado do governo, a situação está dividida. Marcelo Afonso faz campanha aberta pela presidência e chegou, segundo apurou o JC, a pressionar o governo e a prefeita reeleita Suéllen Rosim (PSD) em busca de apoio.
Afonso teria conversado pessoalmente com a titular do Palácio das Cerejeiras e até exigido que ela o apoiasse como contrapartida à corrida eleitoral de 2020, quando o vereador abraçou a campanha da então candidata desde o primeiro turno - um dos únicos aliados da época.
O diálogo foi duro, relataram ao JC pessoas com conhecimento do assunto, e Afonso teria até ameaçado migrar à oposição caso o apoio não se concretize. Procurado nesta terça (15), o parlamentar não atendeu à ligação da reportagem.
Tanto Afonso como Lokadora também já teriam se reunido com funcionários da Câmara para ouvir quais são as demandas dos servidores e garantir que eventuais promessas serão cumpridas.
Uma fonte disse ao JC nesta terça que o voto de Lokadora contra o projeto que estabeleceria a exigência de nível superior a ocupantes de cargos em comissão teria sido uma sinalização de que o vereador está disposto a dialogar inclusive com a base governista para costurar a eleição à presidência.
Lokadora nega. Ao JC, ele afirmou nesta terça que a posição contrária ao projeto se deve à crença pessoal de que todos devem ter oportunidades para mostrar a que vieram - tendo ou não diploma em nível superior.
Já Maldonado, que no ano que vem assume uma cadeira em primeira viagem, faria campanha mais discreta. O JC apurou que o parlamentar eleito, que é também pastor evangélico, tem chamado vereadores para almoçar ou tomar café da manhã em locais externos.
Evita, portanto, fazer campanha no ambiente interno do Poder Legislativo - aonde compareceu, no entanto, na última segunda-feira (14) para acompanhar a sessão do plenário.
Nas conversas, inclusive, Maldonado não esconde a pretensão de se eleger prefeito de Bauru como sucessor da atual prefeita em 2028, mas admite, afirmaram ao JC interlocutores de parlamentares, que a ideia ainda é prematura.
Com quatro cadeiras, PSD pode dominar comissões
O PSD da prefeita Suéllen Rosim (PSD) tem caminho livre para dominar a titularidade das comissões permanentes da Câmara de Bauru, incluindo a mais importante delas - a de Justiça.
Isso porque as comissões são constituídas de maneira proporcional aos partidos. Isto é: quanto mais vereadores a legenda fizer, maior participação terá nesses colegiados.
E foi justamente o PSD o partido com maior número de vereadores eleitos. A sigla terá quatro cadeiras no Legislativo no ano que vem (veja a relação completa ao lado).
A segunda maior bancada está dividida entre MDB e Podemos, com três parlamentares eleitos cada um. O PL, enquanto isso, fez duas cadeiras - mesmo número de PP e Republicanos.
Avante, Novo, PDT, PT e União Brasil, enquanto isso, emplacaram apenas um representante para a próxima legislatura.
Eles ainda podem, porém, participar das comissões.
O regimento interno da Câmara assegura a participação desse vereadores quando há vagas remanescentes - neste caso, o nome do pretendente é submetido a plenário.