CASO CLAUDIA LOBO

Dilomar é indiciado por ocultação de cadáver e fraude processual

Por Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução redes sociais
Dilomar Batista foi contratado pela Apae em abril deste ano
Dilomar Batista foi contratado pela Apae em abril deste ano

Dilomar Batista, ex-funcionário do almoxarifado da Apae de Bauru, foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual no Caso Claudia Lobo. Ele confessou ambos os crimes e colaborou com as investigações, informa Cledson Luiz do Nascimento, titular da 3.ª Delegacia de Homicídios (3.ª DH) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic).

No inquérito relatado nesta semana, o delegado também indicia o ex-presidente da entidade Roberto Franceschetti Filho por homicídio triplamente qualificado em decorrência da morte da secretária-executiva da Apae Claudia Regina da Rocha Lobo, 55 anos, conforme o JCNET noticiou com exclusividade nesta quinta-feira (10).
Cledson explica que a prisão de Dilomar já foi pedida pela Polícia Civil, mas negada pela Justiça. Isso porque ‘não foram encontrados outros elementos além dos já apontados nos autos do processo, que o indicaram a autoria do crime de ocultação de cadáver e fraude processual’.

“O crime de ocultação de cadáver, apesar da reprovação social, tem pena ínfima (se comparado com o de homicídio). E para uma prisão preventiva ser decretada ela deve atender alguns pressupostos e requisitos os quais não existem no caso concreto”, explica o delegado.

A pena prevista para ocultação de cadáver é de 1 a 3 anos de reclusão. Já para fraude processual, detenção de 3 meses a 2 anos.

AMIGOS DE INFÂNCIA

Conforme o JCNET já noticiou, Dilomar Batista é amigo de infância de Roberto e foi contratado por ele para trabalhar na Apae Bauru no dia 1 de abril de 2024. Seu depoimento é apontado pela Polícia Civil como crucial para as investigações.

Dilomar disse à polícia ter sido acionado por Roberto para auxiliá-lo a esconder o corpo e afirmou que foi ameaçado pelo então presidente da entidade no dia 6 de agosto, data em que Claudia Lobo foi vista pela última vez e que, para a Polícia Civil, perdeu a vida.

Roberto Francheschetti Filho tentou atrapalhar as investigações, segundo a Deic. Ele e Dilomar mantiveram o corpo de Claudia Lobo queimando em brasa por quatro dias, o que praticamente extinguiu a possibilidade de localizar restos mortais, exceto por minúsculos fragmentos de ossos, informou na ocasião o delegado responsável pelo caso. Este material genético ainda está em análise na Capital pelo Núcleo de Biologia e Bioquímica da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo.

ROBERTO É INOCENTE, DIZ DEFESA

Em nota encaminhada à imprensa no final da tarde desta quinta-feira (10), os advogados Vanessa Mangile, Leandro Pistelli e Lucas Martins, que defendem o ex-presidente, reafirmaram a inocência de Roberto no caso e garantiram que Franceschetti "tem colaborado integralmente com as investigações, visando o esclarecimento dos fatos".

Na nota, a defesa diz também que "qualquer acusação deve ser fundamentada em provas robustas e irrefutáveis" e ressalta o princípio constitucional da presunção de inocência - de que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

"Os novos elementos alegados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), incluindo a suposta premeditação do crime e a utilização de um segundo veículo, carecem de comprovação concreta e não foram submetidos ao devido contraditório, conforme determina o princípio constitucional do devido processo legal", afirmam os advogados.

"Cabe à acusação o ônus de provar a veracidade dessas alegações, e à defesa o direito de apresentar todas as provas e elementos que atestem a inocência de Roberto", complementa.

A defesa ainda diz que "confia na Justiça e acredita que, ao final do devido processo legal, restará comprovada a ausência de envolvimento de Roberto Franceschetti com os fatos que lhe são imputados".

"Reafirmamos nosso compromisso com a verdade e com o respeito às garantias fundamentais do acusado, e acreditamos que a análise técnica das provas, que ainda estão sendo finalizadas, será determinante para demonstrar a inconsistência das acusações", pontua.

"Roberto Franceschetti é um cidadão de reconhecida atuação em prol da comunidade e que merece o direito de ser julgado de forma justa e imparcial, conforme estabelece o sistema jurídico brasileiro. Por fim, pedimos à imprensa e à sociedade que aguardem a conclusão das investigações com serenidade e respeito aos direitos e garantias de todos os envolvidos", finaliza.

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