ELEIÇÕES

O que os candidatos à prefeitura de Bauru propõem à falta d’água

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 5 min
Imagens: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/fotos dos candidatos na urna

A situação do rio Rio Batalha é cada vez mais alarmante. Mas propostas para combater o problema não faltam nos planos de governo dos candidatos à Prefeitura de Bauru. O JC compilou o que propõem os postulantes ao cargo. A seguir, em ordem alfabética pelo nome de urna, veja os projetos de cada um.

IZZO FILHO

O candidato Antônio Izzo Filho (Agir) defende a revogação da lei que autorizou o governo a conceder o sistema de esgoto à iniciativa privada e, mais do que isso, quer terminar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa com recursos próprios, ainda dentro do mandato.

Izzo quer também realizar "campanhas educativas de economia de água iniciando pela própria autarquia, que desperdiça ao menos 40% de água com vazamentos".

O candidato defende ainda uma política permanente de desassoreamento do rio Batalha e interligação "de todo o sistema de captação e distribuição de água".

CHIARA

Já Chiara Ranieri (União Brasil) fala em "valorizar o trabalho de manejo da Bacia do Rio Batalha por meio da Seção de Recursos Naturais, que desenvolve trabalho de manejo e conservação do solo na Bacia do Batalha, objetivando reverter o quadro de degradação, principal causa de desabastecimento nos períodos entre junho a setembro".

A candidata defende também garantir incentivos financeiros a produtores de propriedades situadas na região de locais onde o DAE capta recursos, dentro da bacia do Batalha, e desenvolver o desassoreamento na lagoa de captação e afluentes.

O plano de Chiara fala ainda em "buscar outorga de uso de águas de barragens de rios que formam represas". Segundo a candidata, "há risco iminente de rompimento desses barramentos com o consequente assoreamento do Batalha".

Chiara menciona também o desassoreamento do leito do Batalha, a criação de uma nova lagoa de reservação e contratação "de projetos qualificados para minimizar a perda hídrica".

DR. RAUL

Já o médico Dr. Raul (Podemos) defende a reforma da estação de captação e tratamento de água do Batalha e o aumento da capacidade de reservação hídrica.

O candidato fala também em transformar o Plano Diretor de Águas em lei e quer ampliar o quadro de pessoal do DAE "para que a demanda seja adequada à capacidade resolutiva".

Segundo Raul, "o DAE é uma empresa que vende seu produto (água) com exclusividade e à vista, possuindo ganhos expressivos que possibilita que ele gere novos empregos com uma taxa de água barata".

O médico fala também em "proteger de fato nossos mananciais" e "instalar nova adutora na avenida Comendador José da Silva Martha". O plano do candidato menciona ainda "construir reservatório de alta captação ao lado da ETA" e "aumentar a lagoa de captação ou [construir] nova lagoa".

PAULO LAGO

O candidato Paulo Lago não apresentou proposta para combater a escassez hídrica.

PROF. XAIDES

Já Prof Xaides (PDT) apresenta 10 frentes para garantir a manutenção da produção e abastecimento de água em Bauru. A começar por novos reservatórios, "para que se possa sair do sistema de rodízio o mais rapidamente possível".

Ele menciona o estudo do projeto Sacre, segundo o qual a captação de água deve ser feita na zona Norte em razão do afunilamento do aquífero Guarani no Centro e Zona Sul. Xaides fala também em "revisão da malha de abastecimento nos bairros abastecidos pelo sistema ETA/Batalha".

Seu plano ainda menciona a setorização da distribuição de água e a divisão das regiões em zonas de maior e menor pressão - medida que, segundo Xaides, racionaliza o sistema.

O candidato fala em "proteção das áreas de recargas do Batalha" e estende o projeto "à recuperação da mata ciliar". Cita também novos reservatórios.

PROFESSOR CHAGAS

Candidato do PSOL à prefeitura, o professor Marcos Chagas defende a elaboração de "um plano de ação e preservação das nascentes e margens do rios Bauru, Batalha e demais".

O professor quer também ampliar a fiscalização para "evitar a apropriação da água pelas grandes empresas" e, mais do que isso, "implantar uma gestão transparente do DAE e a efetivação do Plano Diretor de Águas".

Chagas também menciona a criação de um programa municipal de educação e conscientização sobre a preservação do meio ambiente, das nascentes e animais silvestres e a "reestruturação do DAE para ter mais eficiência na captação de água e eliminação dos desperdícios".

CREPALDI

Nome da federação "Brasil da Esperança" na disputa, Ricardo Crepaldi quer interligar "toda a rede de distribuição de água da cidade para que o sistema funcione de forma única". Além disso, propõe um programa pelo controle de perdas de água no sistema de distribuição hídrica.

Crepaldi também sugere a elaboração de estudos para criar incentivos financeiros para proprietários rurais que protejam suas águas e nascentes, estimulando a preservação ambiental.

A revisão e execução do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) é outra proposta, junto à conclusão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, com o início, no mínimo, da sua pré-operação.

Além disso, o candidato propõe a modernização e ampliação das outras duas estações de tratamento de esgoto existentes, visando a reutilização do efluente tratado em atividades que não exigem o uso de água potável, como lavagem de ruas e manutenção de áreas verdes. Crepaldi quer também uma assessoria sobre as mudanças climáticas e um plano permanente de desassoreamento do Batalha.

SUÉLLEN

Por último, a atual prefeita, Suéllen Rosim (PSD), defende o desassoreamento total do Batalha em parceria com o governo do Estado e fala também em aderir ao Programa Rios Vivos, sobre controle de erosões e recuperação das matas ciliares. A iniciativa, diz, assegura a proteção das nascentes e corpos hídricos que abastecem Bauru.

A prefeita diz também que "serão perfurados dois novos poços na Zona Norte" - em consonância com o estudo do projeto Sacre - e afirma que investirá na nova Estação de Tratamento de Água, além da modernização da atual.

A mandatária menciona ainda um programa de desobstrução de córregos e ribeirões aflluentes do Batalha. Ela propõe também reduzir as perdas no sistema de abastecimento, hoje estimado em 48,7%, para 25%.

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