ARTES

Exposição de arte apresenta ‘Fósseis Urbanos’ de Bauru


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Divulgação
Cemitério do Asilo Colônia Aimorés foi inspiração para obra
Cemitério do Asilo Colônia Aimorés foi inspiração para obra

Quando se fala em fósseis, logo vem em mente os restos de plantas ou animais depositados nas camadas de sedimentos da superfície terrestre e preservados com o passar dos anos. Mas o que pouca gente sabe é que cidades têm seus 'fósseis', como ruínas de construções, monumentos ou edifícios abandonados e lugares de memória. E no mês em que a cidade completa 128 anos, os holofotes se voltarão ao 'Fósseis Urbanos' de Bauru, nome da exposição de artes que acontece de domingo (11) a 31 de agosto, no Museu Histórico Municipal, na rua Rio Branco 3-16, Centro.

Com o acompanhamento crítico e curatorial de Regilene Sarzi Ribeiro, coordenadora do Laboratório de Estudos da Imagem (labIMAGEM) da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp, oito artistas foram convidados a explorar os cenários esquecidos ou negligenciados da cidade: Edmar Almeida (Franco da Rocha), Fernando Limberger (São Paulo), João Risu (Bauru), Jp Accacio (São Paulo), Marcelo Bressanin (Bauru), Mari Monteiro (Bauru), Marília Vasconcellos (Uchoa) e Renato Almeida (São Paulo).

"Por meio de interpretações artísticas, 'Fósseis Urbanos' pretende ressignificar os chamados 'espaços estagnados' de um passado recente, encravados na área urbana e que perderam, aos poucos, contato com a experiência social dos moradores de Bauru", explica Regilene.

A antiga sede do INSS, no Centro, inspira Edmar Almeida. Na série de xilogravuras "Elefante Branco", ele explora os elementos gráficos e texturas presentes no prédio. Já Fernando Limberger apresenta, na instalação escultórica "Sítio", um tronco fossilizado de uma árvore, que foi deslocado para o pátio do museu. Nele, o tronco foi associado ao anel em cantaria remanescente de uma antiga fonte d'água, removida com o tempo e não mais existente.

Jp Accacio, por sua vez, na instalação "Hic Finis Doloris Vitae" ("Aqui Terminam as Dores da Vida", na tradução do latim para português), adesiva uma das janelas do museu em alusão aos vitrais policromáticos da igreja do antigo Asilo Colônia Aimorés, que se inspirou sua obra. Uma outra instalação, "Memória Fantasma", de João Risu, transpõe a arte mural do grafite para uma peça tridimensional na qual agrega elementos icônicos da memória bauruense. Marcelo Bressanin leva ao público a sua obra "Memórias em trânsito", instalação que agrega uma peça sonora multicanal criada a partir do sampleamento de equipamentos de escritório do acervo do museu e de trechos de depoimentos de ex-ferroviárias.

Inspirada pelos trilhos e vagões abandonados, Mari Monteiro desenvolve a escultura "Tempo e Memória". Com três diferentes propostas, Marilia Vasconcellos transita por diferentes aspectos da memória bauruense. Em "Espólio", recupera o famoso bordel da Eny; em "Apagamento" discute a hanseníase e com "Fóssil", se apropria de texturas de edifícios icônicos de Bauru.Renato Almeida completa o time de artistas da exposição com "Coleções/Cartografias: Bauru-Fóssil". Em sua obra, explora narrativas cartográficas que consistem em coletar, organizar e apresentar objetos encontrados durante caminhadas.

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