POLÍCIA

Dois são condenados em caso que deixou policial ferido em Bauru

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
JC Imagens
Osni Amaral, autor da facada contra agente, foi sentenciado a 11 anos, também por tráfico, e Leonardo Geraldo, a 12 anos; Júri Popular foi no Fórum nesta terça
Osni Amaral, autor da facada contra agente, foi sentenciado a 11 anos, também por tráfico, e Leonardo Geraldo, a 12 anos; Júri Popular foi no Fórum nesta terça

Dois homens envolvidos em uma ocorrência que deixou um policial civil ferido foram condenados à prisão pelo Tribunal do Júri nesta terça-feira (30), em Bauru. O réu Osni Amaral, autor da facada que atingiu a mão do agente de segurança, recebeu pena de 11 anos, também por tráfico e associação para o tráfico de drogas, e Leonardo Nascimento Geraldo foi sentenciado a 12 anos pela reincidência neste tipo de comércio ilegal.

O caso foi registrado na tarde de 21 de junho de 2022, em uma residência da alameda Júpiter, no Parque Santa Edwirges. Investigações conduzidas por equipes da Polícia Civil de Bauru apontaram que o local, de propriedade de Osni, era utilizado para preparo de porções de entorpecentes para venda.

Durante cerca de 20 dias de campana, os policiais observaram que Leonardo entrava no imóvel e, ao sair, seguia direto ao encontro de um adolescente, a quem entregava a droga para venda em um ponto da alameda Mercúrio. No dia 21 de junho, os agentes entraram na casa da alameda Júpiter e flagraram Leonardo manipulando as drogas.

No local, foram apreendidos 94,14 gramas de crack e 254,26 gramas de maconha, uma balança de precisão e outros materiais para preparo e embalagem das substâncias ilícitas. Leonardo foi algemado, mas Osni, ao ser informado de que seria conduzido ao Plantão Policial, apoderou-se de uma faca que estava na pia da cozinha e começou a investir contra a equipe, dizendo que 'não acompanharia ninguém' e não seria algemado porque não tinha 'nada a ver com aquilo'.

Julgamento

Durante o julgamento, os policiais - vítima e testemunhas - relataram que negociaram a rendição do réu e ele chegou a colocar a faca na pia. Porém, quando um deles se aproximou com o objetivo de algemá-lo, o homem pagou a arma branca novamente e tentou golpear o agente no tórax e abdômen.

A vítima declarou que, 'por instinto', conseguiu afastar-se rapidamente e 'bater na faca', quando acabou tendo a mão direita atingida e sofreu um ferimento leve, segundo apontou o laudo. Com a chegada de reforço policial, Osni foi contido e preso, assim como Leonardo. O adolescente também foi apreendido.

O Ministério Público chegou a pedir a condenação do réu por tentativa de homicídio, possibilidade que foi afastada pelo Conselho de Sentença, por maioria dos votos, nesta terça-feira. Osni alegou ter sido usuário de crack, estar sob efeito de drogas e bebida alcoólica no dia da abordagem e, por isso, não se recordar da dinâmica dos fatos.

Sustentou, ainda, não possuir intenção de matar o policial, tendo apenas revidado a uma agressão. E afirmou que não tinha ciência de que Leonardo levava drogas para sua casa, embora os policiais relatem tê-las encontrado no chão da sala.

Decisão

Já Leonardo disse que o entorpecente pertencia a traficantes, os quais o obrigaram a vendê-las como forma de pagamento de uma dívida. E acrescentou que entregava comida e não drogas ao adolescente. Leonardo já havia sido preso em 2018 por tráfico e Osni tem dois indiciamentos anteriores, em 2001 e 2006, por tentativa de homicídio.

Segundo a juíza Érica Marcelina Cruz, a versão dos réus não é crível e Osni concordava com a utilização de seu imóvel para o tráfico de drogas. Ele foi condenado a um ano e oito meses de detenção em regime semiaberto por lesão corporal contra o policial e resistência à prisão, além de dez anos, três meses e 20 dias de reclusão em regime inicial fechado por tráfico de drogas, visto que permitiu o uso de sua residência para a prática delituosa, e associação para o tráfico com envolvimento de adolescente.

Leonardo recebeu pena de 12 anos e oito dias de reclusão, também em regime inicial fechado, por tráfico e associação para o tráfico com envolvimento de adolescente e por reincidência.

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