LUTO

Sob forte comoção, soldado de Bauru vítima de latrocínio é sepultado em Agudos

Soldado Cesar Felipe de Oliveira Carvalho morreu na última segunda-feira (15), após ficar internado por quase quatro meses

17/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Bruno Freitas

Amigos, grande parte da Polícia Militar, e familiares se despediram do soldado, na manhã desta quarta
Amigos, grande parte da Polícia Militar, e familiares se despediram do soldado, na manhã desta quarta

O som solene e triste do trompete, cujas notas marcaram o sepultamento do soldado Cesar Felipe de Oliveira Carvalho, ocorrido na manhã desta quarta-feira (17), no Cemitério Municipal de Agudos, ajudou a demonstrar a comoção da despedida ao policial de 36 anos.

Por meio do instrumento, o aposentado Wilson Zacari, 70 anos, pai de um policial militar e reservista da década de 70 do Tiro de Guerra, prestou uma homenagem ao homem que também amava acordes e que, inclusive como músico, extraía felicidade e bem-estar das melodias. Essa característica de Cesar Felipe de Oliveira Carvalho, entre tantas outras, fez com que sua despedida lotasse o Velório Municipal de familiares e amigos, muitos deles fardados.

Ele atuava no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) de Bauru e foi baleado no rosto em uma tentativa de assalto registrada em dezembro do ano passado em Arujá, região metropolitana de São Paulo. Atingido por um disparo, perdeu a visão de um dos olhos, além de massa encefálica.

O projétil ficou alojado no cérebro e foi retirado por meio de cirurgia. O policial permaneceu internado no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, até sua morte pelo agravamento do quadro de saúde, na manhã da última segunda-feira (15). O soldado deixa a esposa Aline Carvalho e os filhos Enzo, 10 anos, e Ester, 4 anos, que acompanharam todo o rito fúnebre, assim como outros parentes. Um deles, inclusive, chegou a perder os sentidos por conta da tristeza, durante o velório.

"Neste momento de dor, unimos nossos sentimentos aos da família e elevamos nossos pensamentos a Deus, rogando-lhe que, por meio do seu grande amor, traga conforto e paz à família", lamentou o Comando de Policiamento do Interior-4 (CPI-4).

De acordo com a corporação, o soldado ingressou na corporação em 13 de dezembro de 2011 e exerceu suas funções ao longo de seus 12 anos de carreira com dedicação e zelo.

Em dezembro, Cesar havia sido destacado para auxiliar na Operação Verão 2023/2024, realizada anualmente para reforçar a segurança no Litoral de São Paulo durante a alta temporada. O policial estava de folga, à paisana, em deslocamento de motocicleta da Capital para o Litoral quando, por volta das 23h do dia 18 de dezembro, foi abordado por dois homens em outra moto em um túnel da rua Jurandir Mauro Lopes, na Vila Pedroso.

Nesta terça-feira, a Polícia Civil informou que o latrocínio foi investigado pela Delegacia de Polícia de Arujá e o inquérito, relatado ao Poder Judiciário em janeiro deste ano. Os dois autores foram identificados e um deles, preso. O comparsa teve a prisão decretada e diligências prosseguem para localizá-lo.

Imagens das câmeras de segurança mostram que a dupla se aproxima por trás do policial, emparelha, desacelera e, rapidamente, o garupa atira na cabeça do soldado, que cai na via. Os criminosos sequer chegam a parar o veículo e fogem do local. Nenhum pertence foi levado, nem mesmo a arma que a vítima portava.

Som com trompete foi feito por Wilson Zacari, ao lado dele, o sargento PM Carlos Alberto Silva, tio do soldado e que foi inspiração de carreira (foto: Bruno Freitas)
Som com trompete foi feito por Wilson Zacari, ao lado dele, o sargento PM Carlos Alberto Silva, tio do soldado e que foi inspiração de carreira (foto: Bruno Freitas)

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