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Como IA é responsável por 10% do PIB de uma ilha

Anguilla, uma pequena ilha do Caribe com 15 mil habitantes, é um território ultramarino britânico

Por Artur Búrigo | 14/04/2024 | Tempo de leitura: 4 min

Divulgação

O país arrecadou cerca de US$ 32 milhões (R$ 160 milhões) no ano passado com os leilões de endereços de sites
O país arrecadou cerca de US$ 32 milhões (R$ 160 milhões) no ano passado com os leilões de endereços de sites

No ano passado, a Inteligência Artificial (IA) foi responsável por uma fatia de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de um país. Não estamos falando dos EUA, sede de companhias como OpenAI (dona do ChatGPT) e big techs, nem de nações consideradas como paraísos fiscais, que atraem muitas empresas de tecnologia. O país nesse caso é Anguilla, uma pequena ilha do Caribe com 15 mil habitantes que é um território ultramarino britânico.

Entenda: ela é dona do domínio ".ai", usado no endereço eletrônico de diversas empresas de inteligência artificial (AI é a sigla em inglês para inteligência artificial). O país arrecadou cerca de US$ 32 milhões (R$ 160 milhões) no ano passado com os leilões de endereços de sites. Cada registro varia de US$ 140 (R$ 700) a milhares de dólares.

"Algumas pessoas chamam isso de sorte inesperada", disse o primeiro-ministro de Anguilla, Ellis Webster, ao New York Times. "Nós apenas chamamos de Deus sorrindo para nós." Anguilla tem sua atividade econômica dependente do turismo, com suas praias ocupadas por resorts e hotéis. Em 2017, um ciclone tropical devastou a ilha, destruindo na época a infraestrutura de energia elétrica e imóveis no território.

COMO GOVERNO ANGUILANO APLICA O DINHEIRO

  • Tornou gratuitos os serviços de saúde para os cidadãos com 70 anos ou mais;
  • Destinou milhões para finalizar a construção de uma escola;
  • Aumentou o orçamento para atividades esportivas e eventos e para que cidadãos busquem tratamento médico no exterior.

NO BRASIL, A STARTUP ARQUITETO DE BOLSO

A startup Arquiteto de Bolso, fundada em 2016, na época como um trailer que funcionava como uma espécie de escritório móvel, atua na conexão entre consumidores e arquitetos e designers de interiores.

Em números: a startup anunciou ter recebido um aporte de R$ 15 milhões.

A captação se soma a outros R$ 5 milhões de rodadas anteriores.

Quem investiu: o fundo Headline XP, formado por clientes da corretora e pela gestora global de venture capital Headline.

Que problema resolve: a plataforma trabalha para tornar escalável - e, portanto, mais acessível - um serviço conhecido por ser individualizado.

Para isso, oferece um modelo de consultoria online que dura duas horas para cada cômodo de até 20 metros quadrados.

Ela disponibiliza ferramentas que fornecem visualização em 3D ou Tour 360º do ambiente pronto, além de uma planta 2D e uma lista de produtos com quantidades e precificação.

Por que é destaque: para indicar o potencial do mercado em que atua, a Arquiteto de Bolso cita o dado de que 90% das reformas no país não são acompanhadas por um profissional de design de interiores.

A oportunidade também tem atraído outras startups. É o caso da Archa, focada em reformas empresariais, mas que deseja expandir a oferta para pessoas físicas.

As duas fazem parte do setor conhecido como construtech (startups relacionadas à construção civil).

Essa rodada da Arquiteto de Bolso representa 62% do total captado pelo segmento no ano passado.

Foram investidos US$ 4,8 milhões (R$ 24 milhões) em startups desse nicho no país em 2023, segundo levantamento da plataforma de dados Sling Hub.

Sites do comércio de luxo estão ameaçados por competição

Farfetch, MatchesFashion, e Net-a-Porter, sites do varejo de moda de luxo, acompanharam a rápida expansão de dois mercados durante a pandemia: o das vendas online e o do mercado de luxo.

As três varejistas de moda multimarcas passam por sérios problemas.

A Farfetch se salvou da falência no fim do ano passado graças a uma aquisição pelo grupo sul-coreano Coupang e um empréstimo de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões).

A loja que ficou famosa como uma curadora de marcas independentes chegou a ser avaliada em US$ 40 bilhões (R$ 200 bilhões) no seu auge, em 2021.

A MatchesFashion, conhecida por operar no mundo todo entregava em 150 países além do Reino Unido entrou em administração (o termo britânico para um processo semelhante à recuperação judicial no Brasil).

A Yoox Net-a-Porter esteve prestes a ser vendida para a Farfetch no ano passado, mas o negócio não foi adiante.

Ela pertence à Richemont, que segue procurando um comprador para o ativo e o considerou como "operações descontinuadas" em seu balanço. O que explica a derrocada das lojas independentes do mercado de luxo?

Primeiro a competição acirrada: o sucesso das lojas multimarcas no universo online atraiu a atenção e o orçamento das gigantes do setor.

Para bater de frente com elas, os sites independentes tiveram que investir pesado em descontos, frete grátis e logística para atender todos os pedidos com agilidade.

Segundo, a ressaca da pandemia: o mercado começou a virar no meio de 2022, com a alta dos juros nos EUA, e os investidores cortaram boa parte do financiamento para operações que não davam lucro. Esse cenário, que contou ainda com um consumidor mais cauteloso por causa da inflação, atingiu em cheio os sites de luxo.

Terceiro: mudança de foco: especialistas ouvidos pelo New York Times afirmam que as plataformas cometeram um erro de cálculo quando deixaram de lado a curadoria de marcas independentes para querer vender de tudo um pouco.

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