BAURU

Civil tenta localizar bauruense que se identificou como nazista em aplicativo

Inquérito foi instaurado em 2022 a nível nacional para apurar usuários do Cartola que utilizam nomes relacionados ao nazismo

Por André Fleury Moraes | 30/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Bruno Freitas/JC Imagens

Plantão Policial de Bauru
Plantão Policial de Bauru

A Polícia Civil tenta localizar um jovem que diz ter 20 anos, morador de Bauru, que usou o codinome "nazista" para se identificar no aplicativo esportivo Cartola F.C, do Grupo Globo. A busca vem no âmbito de um inquérito instaurado em 2022 que investiga contas identificadas com nomes relacionados a Adolf Hitler na plataforma.

O inquérito foi instaurado em 2022 após uma denúncia do portal UOL, que divulgou reportagem sobre a presença de usuários que se apresentam no aplicativo como "Nazista FC", "Adolf Hitler F.C", "Doutrina Nazista" e outros apelidos relacionados ao Terceiro Reich.

A delegada de São Paulo Daniela Branco, titular investigação a princípio, determinou a elaboração de um relatório sobre o Cartola no qual constassem, por exemplo, informações sobre se o jogo é pago, se os dados fornecidos pelos usuários são verificados pela empresa mantenedora - o Grupo Globo. Solicitou também a identificação dos responsáveis pelas contas investigadas.

Em abril de 2022, a delegada pediu quebra de sigilo telemático das contas investigadas e encaminhou a representação à manifestação do Ministério Público (MP), que concordou com a medida. A Justiça deferiu a medida e determinou à Globo que enviasse os dados cadastrais completos dos respectivos perfis.

Solicitou, entre outras coisas, o endereço de IP (protocolo de internet, na sigla em inglês) dos usuários e a data e hora em que cada perfil foi acessado. Essas informações chegaram em 6 de setembro do mesmo ano.

Na sequência coube à Polícia Civil iniciar a apuração sobre cada usuário. Algumas contas tinham mais dados pessoais do que outras, como CPF, por exemplo, o que facilitou o cruzamento de informações com elementos da Receita Federal e outras bases de referência.

De todo modo, os investigadores solicitaram aos provedores de internet identificados nos IPs informações sobre os responsáveis pelo plano - isto é, em nome de quem estava cada contrato.

Daí surgiu a informação de que um desses perfis foi acessado em Bauru. O usuário, identificado como "NAZISTA 1034585858" no aplicativo Cartola, forneceu pouquíssimos dados pessoais - e nem a Polícia tem certeza de que são verdadeiros.

Ele cadastrou, por exemplo, o termo "Filho do Black" no espaço que solicita o nome pessoal do responsável pela conta. O e-mail também diz nada: seu endereço é doblackfilho696@gmail.com. Inseriu data de nascimento no dia 21/04/2000, mas não há confirmações se é verídica.

O único dado que os investigadores conseguiram é o endereço onde o IP foi acessado. Mas essa informação logo caiu por terra: o local era do próprio provedor de internet, medida que decorre por questões de protocolo. Para identificar o ponto específico do acesso, as provedoras do ramo precisam da chamada "porta lógica" para conseguir encontrar.

"Com as informações disponibilizadas por Vossa Excelência [que partiram do Grupo Globo] não é tecnicamente possível individualizar o usuário que utilizou a conexão de internet nos dias e horários informados", afirmou a provedora de Bauru à Polícia Civil, que pediu dados justamente sobre a "porta lógica". Eles ainda não chegaram.

Um dos envolvidos neste caso, morador de Santo André, já foi ouvido e o Ministério Público decidiu pelo arquivamento da investigação com relação a ele porque não há elementos que comprovem que o rapaz era ligado a grupos neonazistas - em depoimento, ele disse que cadastrou o nome como uma "brincadeira".

O mesmo não ocorre com o morador de Bauru. No início deste mês, em 5 de março, o promotor Hercules Sormani Neto, titular do inquérito sobre o episódio a nível local, pediu à Polícia que tente localizar o indivíduo e colher seu depoimento.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Sérgio
    30/03/2024
    Essa molecada que não acredita que cresceu, pagando de N@zi? Que ridículos! Tá mais que na hora de crescer e estudar História de verdade... lamentável.