O descarte irregular de lixo, detritos de construção civil, galhos de árvores e até animais mortos têm dificultado a vida dos moradores do bairro Águas Virtuosas e de quaisquer cidadãos que precisem transitar na avenida Mário Ranieri. A estrada de terra liga Bauru a Piratininga e também é esburacada e cercada por sujeira em diversos pontos.

Conhecida como "estrada velha Bauru-Piratininga", a via encurta o caminho para os moradores de Águas Virtuosas e do município da região para acessar a cidade, trabalhar e realizar outras atividades. Ao JC, a cuidadora de idosos Giseli Cristina Kain Brega, 51 anos, conta que vai de bicicleta diariamente para o seu trabalho, na Vila Independência. Por conta do meio de transporte, pegar a rodovia seria muito perigoso — e mais distante. Por conta dos descartes, o pneu dela já furou diversas vezes, o que a obriga a empurrar o veículo até sua casa ou trabalho.

Além disso, as carcaças de animais mortos e o cheiro da carne apodrecida ainda incomodam durante o percurso. "Estão descartando até peixe podre ali, o cheiro fica insuportável. Além disso, os buracos na estrada acumulam lama quando chove. Eu acabo chegando no trabalho cheia de lama", destaca Giseli.

Outro problema são os descartes de galhos provenientes de poda de árvores. Eles se acumulam nas laterais e, conforme narrou Giseli para a reportagem, às vezes no meio da pista. Há cerca de 20 dias, ela conta ter sido surpreendida com uma grande quantidade no centro da avenida, o que provocou uma queda e ferimentos no corpo.

Marcos Antônio Dangio mora nas proximidades da estrada e a usa para realizar trabalhos sociais em Bauru. Ele narra já ter visto diversas vezes carcaças de cães e gatos mortos descartados no local. Além de outros tipos de materiais diversos. Por conta dos transtornos gerados, eles e outros moradores precisam se unir para coibir os infratores. Isso envolve, inclusive, confusões e discussões com pessoas utilizando o local inadequadamente.

Os moradores pedem que a Prefeitura de Bauru intensifique o trabalho de fiscalização no local e multe os descartes irregulares.

PREFEITURA

Sidnei Rodrigues, diretor do Departamento de Ações e Recursos Ambientais, conta que o problema é gerado pela falta de sensibilização e não conscientização. "Hoje em dia todos conhecem os locais adequados para descarte. Mas preferem burlar a lei e fugir de taxas. Essas pessoas são tão insensíveis que descartam até seu lixo domiciliar", afirma.

No entanto, a Lei Ambiental prevê punição para os infratores. "A multa é a partir de R$5 mil e pode chegar até R$50 mil, caso seja para caçambeiros. Além disso, temos um decreto municipal que tem diversas tipificações de punições para, por exemplo, um cidadão comum que pegue seu carro e leve o lixo para descartar. Neste caso, as multas iniciam em R$ 800,00", ressalta.

A prefeitura destaca, também, que os Ecopontos são os locais adequados para o descarte de alguns dos materiais. No caso de resíduos de construção civil, é necessário contratar caçambas.