SAÚDE

Ronco: o que causa e como evitar

Uma noite maldormida pode levar casais ao chamado divórcio do sono

17/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min

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Ronco pode atrapalhar e muito a vida a dois
Ronco pode atrapalhar e muito a vida a dois

Ele é um dos principais responsáveis pelo chamado divórcio do sono - que acontece quando um casal decide dormir em quartos separados. Além disso, faz com que a pessoa acorde várias vezes durante a noite e pode indicar uma condição mais grave, chamada de apneia. Trata-se do ronco, que ocorre quando as vias aéreas superiores se estreitam demais, causando fluxo de ar turbulento. Isso, por sua vez, faz vibrar os tecidos circundantes, produzindo ruído.

"O ronco é uma indicação sonora de que a via aérea tem algum grau de obstrução. Se for frequente, merece uma investigação", diz o otorrinolaringologista George do Lago Pinheiro, membro da Associação Brasileira do Sono.

Praticamente todos os adultos roncam ocasionalmente e cerca de 60% o fazem com frequência. Os homens são mais afetados que as mulheres, ao menos até a meia-idade. Nessa fase da vida, a prevalência do ronco é muito maior neles porque os hormônios femininos exercem um efeito protetor. No entanto, as alterações hormonais decorrentes da menopausa mudam esse cenário e aumentam a probabilidade de as mulheres roncarem também. Mas até crianças podem roncar.

Entre as causas estão alergias, envelhecimento, resfriado, excesso de peso e alterações anatômicas na garganta ou no nariz (como desvio de septo), entre outras.

"Todo mundo acha que o ronco é só uma coisa socialmente desagradável, que não tem impacto na saúde, mas pode ter", alerta Gustavo Moreira, especialista do Instituto do Sono.

Um estudo recente mostrou que pessoas que roncam correm maior risco de desenvolver Alzheimer. Identificar a origem do barulhento problema é fundamental para a qualidade de vida. A solução pode vir por meio de medidas como não beber álcool à noite, mudar a posição de dormir, evitar alguns medicamentos ou mesmo uma cirurgia, em casos comprovados de desvio de septo ou amígdala hipertrófica.

O diagnóstico pode incluir uma análise do sono. Esse exame é importante para identificar uma das mais graves causas de ronco: a apneia obstrutiva. Essa condição faz com que a respiração pare repetidamente durante a noite, às vezes por vários segundos. A condição aumenta o risco de hipertensão e de insuficiência cardíaca. O tratamento consiste na terapia CPAP, um dispositivo que fornece um fluxo constante de ar através de uma máscara.

Para quem não tem apneia, sobrepeso ou obesidade nem alguma alteração anatômica que cause o ronco, algumas dicas de especialistas podem ajudar a reduzir o problema. Usar um travesseiro mais alto, por exemplo, ajuda a manter as vias respiratórias abertas. Mas cuidado, elevar muito a cabeça pode ter efeito contrário. O ideal é dormir com um que tenha 13 ou 14 centímetros de altura.

Dilatadores ou fitas nasais ajudam a aumentar a passagem de ar, em caso de pessoas com fragilidade na cartilagem. Há ainda exercícios antirronco: a terapia miofuncional orofacial foi desenvolvida no Brasil e é aplicada por fonoaudiólogos. Consiste no fortalecimento dos músculos da garganta.

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