Pouco conhecida, a moringa oleifera é uma joia nutricional devido ao seu alto teor de nutrientes. Segundo o portal Medical News Today (líder em publicações de serviços de saúde nos Estados Unidos), a planta, popularmente chamada de "árvore da vida" e "árvore milagrosa", contém propriedades antivirais, anti-inflamatórias, antidepressivas e antifúngicas. Ela é nativa da Índia e se adaptou a outros locais de clima subtropical e tropical, como o Brasil.

Da planta podem ser aproveitadas a raiz, as folhas e as sementes. Ela é caracterizada por seus galhos pendentes e quebradiços, que começam a florescer apenas sete meses após o plantio e desenvolvem vagens marrons.

Até 2014, segundo o produtor argentino Mário Paredes disse ao jornal "El País", a Moringa não constava do código alimentar nacional do seu país como alimento permitido. Convencido do valor nutricional e dos benefícios da planta, Paredes dedicou-se a divulgar as suas propriedades. Em colaboração com o Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet), fez uma série de estudos que finalmente levou a Comissão Nacional de Alimentação (Conal) a conceder a autorização necessária para sua inclusão no código alimentar.

"Não só nutre, mas também cura", disse Paredes.

A planta, segundo Analía Yamaguchi, médica clínica especializada em Nutrição do Hospital Italiano, é fonte de múltiplas vitaminas como as do complexo A, B e C, minerais como ferro, cálcio e fósforo e diversos antioxidantes.

"A planta é um superalimento que tem a vantagem de ser consumido de diferentes formas: tanto em seu formato original, seco e em pó, até mesmo em suplementos. É um alimento nutritivo, devemos garantir que a alimentação seja completa e variada e considerar a moringa como mais uma opção para incorporar múltiplos nutrientes", explicou a médica à reportagem.

Segundo Yamaguchi, nenhuma parte comestível da planta tem níveis de gordura, colesterol, sódio e açúcar. Por isso, ela recomenda seu consumo para pessoas diabéticas, hipertensas e que precisam reduzir o nível de maus hábitos alimentares. É indicada também para atletas e pessoas com anemia, devido à presença de cálcio, magnésio e ferro.

A Universidade de Harvard destaca a importância de incorporar este tipo de proteína na dieta, citando vários motivos: ajuda a reduzir doenças cardíacas, contribui para a redução do colesterol ruim, mantém o equilíbrio da pressão arterial e melhora a resistência à insulina. Além da menor probabilidade de desenvolver diabetes.

A vitamina C é outra das grandes estrelas da moringa. De acordo com Yamaguchi, ela "pode conter até sete vezes mais desse nutriente do que uma laranja", por isso tem natureza antioxidante e é ideal para prevenir danos oxidativos às células e protegê-las dos radicais livres.

Ferro, cálcio e magnésio

Segundo o portal especializado em saúde Healthline, 21 gramas de Moringa fornecem 11% das necessidades diárias de ferro para um adulto e 8% de magnésio.

A abundância de cálcio, fósforo e magnésio faz da planta um alimento benéfico para a saúde musculoesquelética. Esses nutrientes, diz a médica Analía Yamaguchi, fortalecem e mantêm os ossos e dentes fortes e colaboram na contração muscular.

A planta contém 47 antioxidantes, sendo que a quercetina e o ácido clorogênico são dois dos mais importantes, segundo Mário Paredes. O Healthline afirma que a quercetina ajuda a reduzir a pressão arterial, e o ácido clorogênico modera os níveis de açúcar no sangue após as refeições.

Antes de consumir a raiz da planta deve-se retirar a casca, porque ela contém a substância moringina, que é tóxica ao organismo. A planta também pode ser encontrada em cápsulas como suplementos dietéticos, em saquinhos de chá e em algumas ervas mate.

Embora o consumo da planta quase não apresente efeitos colaterais, as gestantes devem evitar, porque alguns dos compostos podem interferir no desenvolvimento do bebê.

Ela também não é indicada para quem toma remédios para diabetes ou hipertensão.