LUTO

Morre o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal Milton Dotta

Velório e o enterro serão realizados nesta sexta-feira (1/3). Ele lutava, no HE, contra complicações de uma pneumonia

29/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Pedro Romualdo

Milton Dotta, na tribuna da Casa de Leis, que presidiu
Milton Dotta, na tribuna da Casa de Leis, que presidiu

O ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Bauru Milton Dotta morreu na noite desta quinta-feira (29), aos 83 anos, vítima de complicações de uma pneumonia. Ele estava internado há 10 dias no Hospital Estadual de Bauru. Seu corpo será velado nesta sexta-feira (1/3), a partir das 9h, no Velório Reunidas, no Centro da cidade. O enterro será realizado no final da tarde desta sexta, no Cemitério da Saudade. Deixa a esposa Liliana e os filhos Milton Jr, Victor Antonio, José Victorio, Giovana e Vivian.

Nascido em Avaí, em 31 de outubro de 1940, Milton é filho do agricultor José Vitória Dotta e de Ana Pietroforte Dotta, que tiveram mais oito filhos. Desde sua infância e no início da adolescência viveu na zona rural de Avaí, onde demonstrava o seu interesse pela política partidária, sempre fazendo questão de acompanhar o seu saudoso pai em comícios e concentrações políticas. Viveu a liberdade do campo até os seus 15 anos de idade, quando se mudou, no final de 1955, para Bauru, onde já residia seu irmão mais velho, Antonio (Tony), com a finalidade de cursar o ginásio. Prestou o exame de admissão no Liceu Noroeste da família Ranieri e, em 1956, prosseguiu com os estudos, concluindo o ginásio no ano de 1959.

Ingressou na Faculdade de Direito da Instituição Toledo de Ensino, onde passou a atuar na Juventude Universitária Católica - JUC. Estudava no período noturno e durante o dia trabalhava no Inamps, na função de cobrador de seguros. Enquanto acadêmico de Direito participou do Congresso da UNE - União Nacional de Estudantes, em outubro de 1968, na cidade paulista de Ibiúna, ocasião em que todos os estudantes foram presos, sendo que Dotta foi surpreendido com a decretação de sua prisão preventiva. Preso em 12 de outubro de 1968, foi libertado em 12 de dezembro do mesmo ano, véspera da decretação do AI-5.

Dotta trabalhou como agente de investimentos, representando por muito tempo a empresa Fenícia, em Bauru e região. Militante na política, filiado do então Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), acabou sendo candidato a vice-prefeito nas Eleições Municipais de 1976, em uma chapa encabeçada por Antonio Fortunato, que não logrou êxito na disputa. Persistiu na luta, participando de diversas atividades em clubes de Futebol Amador, no Movimento contra a Carestia, na fundação da secção local do Comitê Brasileiro pela Anistia - CBA -, na distribuição do jornal Hora do Povo e como advogado, na defesa intransigente dos militantes movimentos sociais que rotineiramente eram convocados pelo DEOPS - Departamento Estadual de Ordem e Política Social - e pela Polícia Federal.

Em 1982, elegeu-se vereador pelo MDB, sendo da base de apoio do prefeito Edison Bastos Gasparini e de seu sucessor, Tuga Angerami, ocasião em que foi presidente do Centro de Defesa do Consumidor - CDC - que funcionava na Câmara Municipal. No biênio 1987/1988, presidiu a Mesa Diretora do Poder Legislativo, sendo que em sua gestão foi elaborada a Lei Orgânica do Município (LOM) que dentre outras tantas medidas, implantou a Tribuna Livre nas sessões da Câmara Municipal.

Em 1988, foi reeleito vereador, desta vez pelo Partido Socialista Brasileiro - PSB, sendo que no ano seguinte, 1989, sofreu um grande golpe com a morte de sua esposa e companheira de lutas, Mary Nair Matheus Dotta com quem teve os filhos Milton Dotta Junior, Victor Antonio Dotta, André Luiz Dotta (falecido) e José Victoria Dotta Neto. Casou-se novamente com Liliana Martins Dotta com quem teve a filha Giovana Vitoria Martins Dotta.

Em 1990 foi candidato a deputado estadual pelo PDT e em 1992 disputou a reeleição para vereador, não obtendo êxito. Por mais uma vez, buscou retornar à Câmara Municipal, no ano de 1996, sendo que em no ano 2000 optou por apoiar o filho Dotta Junior que foi eleito. “Milton Dotta efetivamente fez história na cidade de Bauru, na luta contínua e intransigente em defesa dos menos favorecidos e na busca da liberdade de expressão e da democracia”, afirma a vereadora Estela Almagro, que o homenageou com o título de Cidadão Bauruense, em 2022.

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.