POLÍTICA

Suéllen tenta reverter derrubada da lei dos corredores comerciais no STJ

Tribunal de Justiça considerou a norma inconstitucional por vícios no processo de discussão; governo fala em insegurança

Por André Fleury Moraes | 28/02/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Guilherme Matos

A prefeita Suéllen Rosim (PSD) afirma que pendência na análise do pedido causa insegurança a comerciantes
A prefeita Suéllen Rosim (PSD) afirma que pendência na análise do pedido causa insegurança a comerciantes

A prefeita Suéllen Rosim (PSD) tenta no Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspender a decisão da própria Corte que rejeitou um recurso do governo contra o acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que derrubou a chamada Lei dos Corredores Comerciais.

A norma transformou em setores comerciais uma série de vias públicas do município, entre os quais trechos da avenida Comendador José da Silva Martha, e foi encaminhada à Câmara pelo ex-prefeito Clodoaldo Gazzetta, em 2017.

Mas acabou contestada no Ministério Público através de uma representação encaminhada pela associação de moradores do Jardim Estoril - um dos bairros afetados pelo projeto.

Em 2020, a Procuradoria-Geral de Justiça, órgão máximo do Ministério Público (MP) Paulista, ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) questionando a lei.

O MP alegou que o registro de loteamento do Jardim Estoril 3, afetado pela aprovação da norma, proíbe a construção ou mesmo adaptação de imóveis comerciais, por exemplo, e disse que uma eventual flexibilização do dispositivo através da Câmara seria irregular.

O argumento é de que a tramitação do projeto não respeitou o princípio legal que exige participação popular em discussões relacionadas a zoneamento urbano e uso e ocupação do solo. O principal apontamento do MP foi a falta de uma audiência pública sobre o assunto.

O Tribunal de Justiça julgou procedente a Adin e considerou que o governo anterior não respeitou os procedimentos em torno da legislação de zoneamento urbano.

A prefeitura recorreu ao STJ pedindo a reforma da decisão, mas a ministra Assusete Magalhães, relatora do caso, entendeu que o Palácio das Cerejeiras perdeu o prazo para interpor recurso.

O governo contesta a decisão e pediu ainda em agosto do ano passado que o STJ levasse o recurso para análise em plenário. Mas a solicitação ainda não foi apreciada pela Corte, e a prefeita voltou a se manifestar no caso requerendo a análise do recurso com urgência.

Em despacho publicado na semana passada, a ministra Maria Thereza de Assis Moura reconheceu a demora da Corte para analisar o recurso e determinou a redistribuição do pedido da prefeitura para um dos magistrados que compõem a primeira turma do STJ.

Isso porque a pendência causa insegurança aos investimentos feitos nesses corredores antes da derrubada da lei. Caso a decisão do TJ se mantenha, os estabelecimentos abertos durante a vigência da norma terão de ser fechados. "O fechamento desses estabelecimentos causará grande impacto ao município, com perda de arrecadação de receita, fechamento de postos de trabalho, aumento de desemprego, desamparando famílias, dentre outros impactos sociais", sustenta o governo.

Segundo a administração, há empresas instaladas nos corredores cujos alvarás de funcionamento - ainda provisórios - vencem dentro de alguns meses. "Daí a necessidade de apreciar o pedido de efeito suspensivo com urgência", avalia.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Fer
    28/02/2024
    Vejo que todo o comércio de Bauru se ajeitou, mesmo sem planejamento urbano pra isso. A questão é a sempre a falta de planejamento prévio e aí, tem certas coisas que não podem ser transformadas só pq a prefeita e comerciantes querem, e tb não podem obrigar que residencias se transformem em comércio...