OPINIÃO

A crise na educação é algo que precisamos superar juntos

Por Carlos Felipe Jaramillo | 20/02/2024 | Tempo de leitura: 2 min

O autor é vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe

A educação na região da América Latina e do Caribe tem tido notas baixas. Diante da maior crise do século, os compromissos para melhorar a educação precisam se tornar realidade urgentemente para que as crianças possam ter o futuro que merecem.

Esta crise é o tema central da reunião de cúpula realizada esta semana em Santiago, no Chile, e que reúne ministros da educação, autoridades e especialistas financeiros. Organizada pela Unesco e pelo Ministério da Educação do Chile, juntamente com o Banco Mundial e outros parceiros, a reunião teve como meta identificar políticas bem-sucedidas, para aumentar os investimentos e garantir que todos os governos estejam à altura deste desafio.

De acordo com os recentes resultados divulgados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), implementado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em média, 75% dos estudantes de 15 anos na América Latina e no Caribe estão abaixo o nível básico de proficiência em matemática e 55% estão abaixo em leitura. E os resultados da aprendizagem estão a avançar na direção errada, porque há um aumento no mau desempenho.

Esta situação é preocupante para a prosperidade e a coesão social da região, uma vez que uma mão-de-obra com pouca formação não é competitiva.

A boa notícia é que vários países já estão a agir. A partir da pandemia, alguns mudaram os programas de ensino para enfatizar competências básicas de leitura e matemática, direcionaram ajuda extra para alunos com baixo desempenho e implementaram mais tecnologia para ajudar alunos com dificuldades. Contudo, são necessários mais esforços para traduzir este compromisso em ações e políticas sistemáticas, em todos os níveis educativos Os países devem agir em três áreas para melhorar a qualidade da educação.

Primeiro, recuperar perdas de aprendizagem em matemática para estudantes adolescentes, incluindo intervenções de tutoria, potencialmente utilizando soluções de tecnologias educacionais.

Em segundo lugar, acelerar medidas para melhorar e reforçar os resultados noutras disciplinas, como a leitura e as ciências, a fim de garantir a recuperação de metade dos estudantes atrasados, especialmente os mais vulneráveis.

Terceiro, continuar a enfatizar os esforços de recuperação e aceleração na leitura e na matemática para os alunos do ensino fundamental que foram gravemente afetados pela pandemia da Covid-19. Isto também significa garantir que as crianças estejam preparadas para a escola, garantindo uma educação na primeira infância de qualidade elevada para todos, e que os professores sejam formados e apoiados para ajudar os alunos a aprender.

É importante destacar que as escolas não podem enfrentar sozinhas o desafio da crise de aprendizagem. Todos os intervenientes na sociedade - organizações multilaterais, governos, sector privado, sociedade civil, pais e escolas - devem reconhecer a urgência da crise de aprendizagem e agir em conjunto.

A região da América Latina e do Caribe enfrenta enormes desafios com a sua crise educacional. Mas esta pode ser superada aumentando o impacto e a escala da forma como a abordamos. Devemos isso aos nossos filhos hoje e às próximas gerações. Vamos trabalhar juntos para lhes proporcionar um futuro melhor.

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