Com a Quarta-feira de Cinzas, entramos, mais uma vez, no tempo da Quaresma e partimos rumo à Páscoa do Senhor que é também a Páscoa dos Cristãos. Por sua Sagrada Liturgia, todo ano, a Igreja celebra como a maior das solenidades cristãs a Páscoa da ressurreição do Senhor em sua tríplice dimensão: memória, anúncio e esperança. Ao mesmo tempo, a Igreja celebra a Páscoa como memorial atualizante e presencial do evento da morte do Senhor na cruz e da sua ressurreição que perdoa os pecados e opera a transfiguração da vida dos cristãos no aqui e agora manifestada no Batismo; também celebra a Páscoa como anúncio perene da boa nova para o mundo quanto à vitória de Cristo sobre o pecado; e ainda celebra a Páscoa como testemunho da esperança na vitória definitiva sobre a morte que nos anima na certeza da nossa ressurreição e da vida nova em Deus, plena, eterna e feliz. Assim sendo, a Páscoa é a festa primordial da salvação e redenção da humanidade, e a sua celebração é a mais importante do Ano Litúrgico. Consequentemente, quanto mais importante é a festa, melhor deve ser a sua preparação. Por esta razão, a Quaresma é para nós, cristãos, tempo forte de conversão e penitência em preparação para a Páscoa. A palavra-chave, sempre relembrada, é "Metanoia", ou seja, conversão que leva à mudança de vida. A fim de se alcançar este fim, sempre de novo, a Igreja nos propõe os grandes exercícios quaresmais, a saber: a prática da caridade, da esmola e das obras de misericórdia; a observância do jejum feito com coração sincero e penitente; e a vida de oração sempre assídua e devota. Estes exercícios penitenciais são antiquíssimos, vêm da espiritualidade judaica dos tempos bíblicos. Por conseguinte, a Quaresma significa um tempo denso de sentido espiritual, rico de conteúdo doutrinal e, por isso, longo, isto é, de quarenta dias, que demanda ser bem vivido, pessoal e comunitariamente, em privado e em público, em casa e na Igreja.
No Evangelho da santa Missa deste primeiro domingo da Quaresma São Marcos - Mc 1,12-15 - resume em poucas palavras a quaresma que Jesus passou no retiro do deserto. Depois do Batismo no Jordão, o Espírito Santo arrebatou a Jesus e O levou para o deserto, onde Ele ficou quarenta dias e foi tentado por satanás. Porém, Jesus derrotou a satanás nas três vezes que ele tentou seduzir a Jesus. Ali Jesus vivia entre os animais selvagens e os Anjos que O serviam. Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galiléia, pregando o Evangelho de Deus: "O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho" - Mc 1,15.
Todo ano, a Campanha da Fraternidade foca algum tema de grande importância da atualidade para ajudar-nos a viver mais intensamente a Quaresma. Neste ano o tema é: Fraternidade e Amizade Social, e o lema é: "Vós sois todos irmãos e irmãs" (Mt 23,8). A proposta é levar-nos a conviver numa sociedade plural, carente de reconciliação, e a empenharmo-nos a pôr em prática os ideais da fraternidade universal, da amizade social, do desenvolvimento integral e da paz. O Papa Francisco em sua mensagem une-se ao episcopado brasileiro em ação de graças pelos 60 anos da Campanha da Fraternidade. Dirigindo-se a todos nós católicos brasileiros, assim se expressa o Papa: "Desejo que a Igreja no Brasil obtenha bons frutos nesse caminho quaresmal e faço votos que a Campanha da Fraternidade, uma vez mais, auxilie às pessoas e comunidades dessa querida nação no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, superando toda divisão, indiferença, ódio e violência". Na oração da CF rezamos: "Deus Pai, ensinai-nos a construir uma sociedade solidária, sem exclusão, indiferença, violência e guerras. E que Maria, vossa Serva e nossa Mãe, nos eduque, para fazermos vossa santa vontade. Amém!"
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