POLÍTICA

Emef Dirce Boemer Guedes de Azevedo em Bauru sofre infestação de ratos

Vigilância Sanitária de Bauru foi acionada pela prefeitura; imóvel também tem problemas com fiação, entre outros

Por André Fleury Moraes | 08/02/2024 | Tempo de leitura: 4 min
da Redação

Reprodução/TV Câmara

As vereadoras Estela Almagro (PT, à esquerda) e Iara Costa (Podemos) durante diligência na Emef
As vereadoras Estela Almagro (PT, à esquerda) e Iara Costa (Podemos) durante diligência na Emef

O novo prédio da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dirce Boemer Guedes de Azevedo, que foi remanejada duas vezes de local nos últimos três anos, enfrenta uma infestação de ratos em pelo menos quatro salas de aula e passou nesta quarta-feira (7) por uma diligência da Vigilância Sanitária, que pode interditar parte do espaço. Prefeitura diz que vai sanar problemas (leia mais abaixo).

Na terça (6), as vereadoras Estela Almagro (PT) e Iara Costa (Podemos) foram até a Emef e divulgaram imagens sobre a atual situação do imóvel. No vídeo, publicado nas redes sociais das parlamentares, é possível ver fezes de rato em salas de aula equipadas com mesas e cadeiras recém-compradas.

"Estamos numa cadeira novinha, mas numa sala totalmente comprometida", afirma Estela em trecho do vídeo. Na sequência ela aponta para o telhado do cômodo, esburacado e com indícios de apodrecimento.

Estela e Iara se dirigiram à Emef Dirce Boemer depois de uma denúncia formalizada às vereadoras pelo próprio diretor da escola, o servidor Wagner Antônio Júnior.

"Informamos que há infestação de ratos em quatro salas de aula e que nesses espaços têm surgido diariamente fezes desses animais. Estamos preocupados com a integridade física de nossos alunos e servidores porque se trata de uma questão de saúde pública", afirmou Wagner num ofício dirigido à Câmara de Bauru.

Além dos roedores, baratas também transitam livremente pelo prédio. As vereadoras localizaram o inseto até mesmo na cozinha do imóvel.

O diretor confirmou os problemas ao JC. Em conversa com a reportagem na noite de ontem (7), Wagner revelou que a infestação de ratos no local não é novidade. "Esse prédio é de 1965. Abrigou o Sesi e a escola Santa Maria e passava por manutenções constantes, o que minimizava os riscos. Agora, a situação é insustentável", afirmou.

Ele acompanhou a diligência da Vigilância Sanitária nesta quarta. O órgão de inspeção deve elaborar um relatório e entregar à Secretaria de Educação ainda hoje (8). Há pelo menos duas possibilidades: a primeira envolveria lacrar apenas as quatro salas alvo dos roedores; a segunda, por sua vez, seria a interdição total do imóvel.

Nada está descartado neste momento. O JC apurou que os profissionais da Vigilância chegaram a se assustar com a precariedade da estrutura do prédio - até porque os ratos e as baratas não são o único problema.

POSIÇÃO DA PREFEITURA

Em nota encaminhada ao JC, a Prefeitura de Bauru afirmou que "a Vigilância Epidemiológica esteve no local e fez alguns apontamentos que serão sanados pela Secretaria de Educação" e que a pasta "realizou a desratização do imóvel há cerca de 15 dias e fará um novo processo para reforçar a eliminação destes animais".

Ainda segundo o governo, "a Secretaria de Administrações Regionais (Sear) vai nesta quinta-feira (8) realizar a capinação de áreas do entorno da escola e notificação de proprietários que estiverem com terrenos ou calçadas com mato alto nesta região".

O diretor da instituição, enquanto isso, disse ao jornal que não teve notícias - ao menos oficialmente - do procedimento de desratização. "Soube que o prédio passou por uma dedetização, isto sim", observou.

A maior preocupação está voltada ao retorno do ano letivo - as aulas teriam de começar na segunda-feira e só não iniciaram em razão da greve do magistério. "Até recebemos alguns alunos, mas não temos onde alocá-los", disse Wagner.

O prédio da Emef também tem outros problemas crônicos. A começar pela fiação: uma tomada chegou a explodir recentemente. Também há buracos nas paredes e no forro, locais apontados como possíveis criadouros de insetos e outros animais. "Eu não posso destacar servidoras para realizar a limpeza porque não há preparo para esse tipo de manutenção. E também não temos equipamentos de segurança, já que doenças podem ser transmitidas por esses animais", lamenta Wagner.

Grande parte das salas de aula, além disso, não tem ventilador. Janelas estão quebradas e o mato do parquinho destinado ao lazer dos alunos não foi aparado. Mais do que isso: os brinquedos destinados às pessoas com deficiência estão separados dos demais. "É uma segregação", criticou Estela.

Em dezembro, durante reunião pública que discutiu a situação do imóvel, o próprio Wagner apresentou essas queixas a Nilson Ghirardello, titular da Educação municipal. "Nossa situação, infelizmente, é de pouca escolha. Mas acho que é a melhor escolha", respondeu o secretário na ocasião.

Fezes de ratos se proliferam em meio às carteiras de alunos recém-adquiridas (crédito: Divulgação)
Fezes de ratos se proliferam em meio às carteiras de alunos recém-adquiridas (crédito: Divulgação)

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

2 COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.

  • Fer
    08/02/2024
    Credo! Tem que dedetizar constantemente como fazem em condomínios!
  • Francisco (kiko) guerreiro
    08/02/2024
    Está gestão pública está sendo omissa com os munícipes.