A tarifa do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru pode ser reajustada neste final de semana. A expectativa é de que a medida seja publicada no Diário Oficial (DO) de sábado (6) e entre em vigor a partir de então.

O JC apurou que o índice do reajuste - que o governo trata como "recomposição tarifária" - não deve fugir da inflação, que fechou 2023 num acumulado de 4,68%.

A minuta do decreto reajustando os valores já está elaborada, mas cabe à prefeita Suéllen Rosim (PSD) a decisão final sobre se publica ou não a medida. Existe a possibilidade de um recuo, mas a hipótese é baixa, disseram ao JC fontes ligadas ao Palácio das Cerejeiras.

Hoje o valor da tarifa básica cobrada pela autarquia soma R$ 42,77. Caso o reajuste seja mesmo pela inflação, o custo do consumo mínimo subirá para cerca de R$ 44,50.

Embora seja superavitário, o DAE enfrenta problemas com o valor da tarifa, que passou anos sem reajuste e está atualmente defasada.

Até havia dúvidas no setor político local sobre se a prefeita Suéllen Rosim (PSD) autorizaria a recomposição do valor da conta em pleno ano eleitoral.

O JC apurou, no entanto, que a mandatária descartou manter o preço diante da possibilidade de defasar a tarifa ainda mais.

Presidente da autarquia, o engenheiro Leandro Joaquim não esconde seu descontentamento com os valores hoje praticados pelo DAE.

"Nós estamos com uma das tarifas mais baixas do Estado de São Paulo. E nem precisa ir longe para comparar: em Piratininga, a tarifa básica é de R$ 78,00", afirmou numa audiência pública em novembro.

A defasagem sobre o valor de consumo é também um desafio com o qual a futura concessionária do sistema de esgoto de Bauru terá de lidar caso o projeto que autoriza o governo a terceirizar o serviço seja aprovado na Câmara.

Nos cálculos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), contratada pela prefeitura para elaborar a modelagem da concessão, o valor da tarifa subiria a R$ 49,25 depois da terceirização do setor - um acréscimo de 15% em números percentuais.