Desabafo

O vereador Marcelo Afonso (Patriota), líder da prefeita Suéllen Rosim (PSD) durante o primeiro ano de governo, disse nesta segunda-feira (14) que está "de saco cheio" de colegas que, segundo ele, recebem o crédito por demandas que seriam de sua autoria. Foi um recado indireto a vereadores mais aliados ao governo, que aparecem com mais frequência ao lado da mandatária.

Controvérsia

A reclamação de Afonso desagradou a base governista, segundo a qual o vereador assina dezenas de requerimentos ao governo solicitando obras. Nas palavras de um integrante do Palácio das Cerejeiras, a série de documentos enviados por Afonso sugerem que ele "quer ser o dono de qualquer novidade".

Porém...

Controvérsias à parte, o fato é que Afonso pediu a palavra durante o discurso de Lokadora (PP) e se direcionou diretamente à prefeita Suéllen e disse que a culpa de intrigas como essa na Câmara é dela.

Resposta 1

Um dos alvos da crítica de Marcelo, ainda que indiretamente, foi o presidente da Câmara, Júnior Rodrigues (PSD), que gravou um vídeo ao lado da prefeita inaugurando uma ciclovia. Ao final da sessão, Rodrigues respondeu o colega. "O importante é que tenhamos uma obra. Eu desconheço qualquer conversa sobre esse tema da qual o senhor tenha participado", afirmou o presidente.

Resposta 2

Afonso rebatia as declarações do presidente à medida em que Rodrigues continuava a resposta. E entre uma fala e outra mencionou a eleição de Júnior ao cargo máximo do Legislativo - a presidência -, declaração que não passou batida. "Creio que o senhor votou dentro de um projeto. E não com uma arma na cabeça", disparou Rodrigues.

Aumentou

O vereador José Roberto Segalla (União) aumentou o tom contra a administração ao criticar duramente um ofício encaminhado a ele e assinado, entre outras pessoas, pela secretária de Saúde Giulia Puttomatti. O documento foi uma resposta a questionamentos do parlamentar sobre quais ações a pasta planeja para combater a dengue e outros problemas no Jardim Manchester.

Não leu?

O pedido de Segalla foi enviado em março deste ano após uma diligência que o parlamentar fez naquela região. E Puttomatti, enquanto isso, listou apenas ações antigas - uma das quais de 2018, aliás. Nenhuma linha sobre o que a pasta planeja para combater o problema. "Eu, nos tempos de Ministério Público, nunca assinei nada sem ler", disse Segalla, que é promotor aposentado.