COLUNISTA

Têm mais doenças do que antes?

Por Alberto Consolaro | 22/04/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Professor Titular pela USP e Colunista de Ciências do JC

O menu de espécies microbianas aumenta cada vez mais, gerando-se mais e diferentes doenças!
O menu de espécies microbianas aumenta cada vez mais, gerando-se mais e diferentes doenças!

Parece que não se para de adoecer e surgir novas doenças: - Reflitamos!

1. Não conseguimos ver as bactérias, fungos e parasitas que, perto dos vírus, são grandes, enormes, gigantescos e jurássicas. Os vírus são tão pequenos que a luz não consegue fazê-los visíveis nos microscópios comuns, apenas elétrons conseguem iluminá-los nos microscópios eletrônicos.

2. A pessoas não têm noção de espaço, tamanho e tempo. Enquanto vivemos 70 anos, uma bactéria vive em média 20 minutos, duplicando sua população. E elas nem precisa conversar, namorar e fazer amor para proliferar, são assexuadas. Esta falta de noção faz negligenciarmos a higiene pessoal e doméstica. Os micróbios estão nos mínimos detalhes, como debaixo da unhas e suas grandes metrópoles microbianas. Temos 100 trilhões de bactérias no corpo.

3. As cidades são muito sujas, assim como varandas, quintais e calçadas. Os rios, como Pinheiros e Tietê, são esgotos a céu aberto e “bonitos” apenas em vídeos e fotografias inodoras. Em todas as cidades, os rios são malcuidados e sujos.

4. Campanhas preocupam-se com as piscinas, vasos e pneus. Todo ano é a mesma ladainha. O que seria uma tampinha de cerveja? Para um parasita, fungo ou bactéria ela seria uma piscina olímpica, mas para os vírus é um enorme parque aquático de diversão!

5. Além da tampinha, tem inúmeros outros pequenos objetos nas ruas e calçadas como botões, tampas, cadinhos e cavidades mínimas com água limpa, suja, turva, transparente e contaminada. Ninguém está falando de terrenos baldios.

6. As irregularidades das calçadas, revestimentos de muros quebrados e dos quintais são enormes depósitos de água onde os microrganismos fazem a festa e procriam. Acontece nas guias, sarjetas e asfalto, sem contar os postes. Os telhados de casas e topos de prédios são lamentáveis: a cidade de cima é feia. São pisos e paredes mal revestidas e conservadas. Assustador.

7. Não era assim há 50 anos atrás? Hoje tem muito mais gente e animais. As pessoas vivem muito mais anos do que antes. Quantos milhões de animais e vegetais por dia deverão ser sacrificados para alimentarmos? Quantos líquidos para beber? Muito mais embalagens a ser usadas para o transportes.

8. Quantos aviões, navios e carros levam milhões de pessoas de um lado a outro entre continentes. Temos uma hiper população e o planeta chegou ao seu limite! É muito show para frequentar e esportes para assistir. E tome aglomeração e novas doenças.

9. A “Nature” mostrou as novas populações desenvolvidas no “país de lixo reciclável” no oceano Pacífico, entre a Califórnia e o Havaí, com 1,6 milhão km2. São espécies neste “país” de alto mar que claramente irão, cedo ou tarde, infectar humanos em outras partes. E tome-se novas doenças ou potencializadas entre nós.

10. A cada pedaço de floresta devastada, caverna invadida e cada geleira derretida, são milhões de vírus, bactérias, fungos e parasitas que não estavam distribuídos no mundo e que passam a circular livremente. Cada povo isolado que se integra, traz consigo doenças novas e adquire outras muito mais numerosas. E tome doenças novas e potencializadas.

REFLEXÃO FINAL

Os mais ricos idealizam espaçonaves e querem novos planetas para explorar e morar. E você, o que faz para voltarmos a ter um planeta saudável para viver? Você se previne de doenças na sua casa, lazer e no trabalho? Na placa de entrada de uma cidade europeia muito linda e impecável, está escrito em alemão e inglês: “Somos limpos e organizados por que não sujamos e nem deixamos nada desorganizados!”

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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