Mesmo sob pressão do governo Lula, o Banco Central (BC) brasileiro optou, corretamente, pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A não apresentação da nova âncora fiscal (ou arcabouço fiscal) por parte do governo Federal deixou o Banco Central sem ter clareza sob o rigor fiscal e, se os gastos públicos não forem controlados, há receio de que a inflação possa se elevar. A inflação ainda não cedeu e o Banco Central, tecnicamente, tem que ser conservador. Outro ponto a destacar foi o teor da nota dos membros do BC indicando que não descartam até elevação de juros se a inflação não convergir para o limite da meta fixada para este ano que é de 4,75% (3,25% + 1,5 ponto percentual de tolerância).
O que mude para você?
Em tese pouca coisa muda para o cidadão comum, afinal, a taxa básica de juros, base da formação dos juros no mercado, não foi alterada. Coloco em tese, à medida que, os intermediários financeiros podem se comportar de maneira mais cautelosa, sendo mais restritivos na concessão de crédito, afinal, se o Banco Central teme que a inflação desgarre, e que o nível de atividade econômica pode ser menor, com elevação do desemprego há o receio de que a inadimplência pode diminuir o volume de concessão de empréstimos. Para o rentista as aplicações em renda fixa continuam sendo muito atraentes. A renda variável, como mercado acionário, será muito volátil, portanto, se for aplicar nesta modalidade, procure orientação de profissionais.
Juros sobrem nos Estados Unidos
A preocupação com a inflação levou o Banco Central americano a elevar a taxa de juros básica em 0,25 ponto percentual. Agora os títulos públicos nos Estados Unidos são oferecidos ao mercado no intervalo entre 4,75% ao ano e 5,0% ao ano. Devido a crise financeira nos dois lados do atlântico havia expectativa de que os juros não subissem agora. Mas a distância entre a inflação e meta central de 2% fez a Autoridade Monetária a decidir pela alta nos juros.
Em 2022 foi reduzido o peso do Estado na economia
O peso do Estado na economia brasileira atingiu o menor nível em quase três décadas. Não havia redução deste peso desde os anos 1990. Em 2022, a participação do consumo do governo no Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 18,0%, abaixo dos 18,6% de 2021. É o menor nível da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
Consumo do governo não é a mesma coisa que os gastos públicos
O consumo do governo refere-se a despesas para prover serviços públicos à população, com destaque para educação, saúde e segurança, portanto, não tem o mesmo conceito de gastos públicos. Não entram na conta, por exemplo, as despesas públicas com programas de transferência de renda (como o Bolsa Família, por exemplo) ou com obras (que entram como investimento, chamado de formação bruta de capital fixo). Historicamente o percentual tem oscilado entre 18% e 20%, ficando mais próximo de 20%. Isso demonstra menor participação do Estado na economia.
Entendendo o PIB
O PIB, geração de riquezas em determinado período, pode ser analisado pelo lado da oferta, da demanda e da renda. Para entender a queda no peso do consumo do governo, vamos aprofundar na análise pelo lado da demanda. A matriz é a seguinte: Y = C + I + G + X – M. Assim o PIB pelo lado da demanda considera o consumo das famílias (C), os investimentos (I), o consumo do governo (G), as exportações (X) e as importações (M). Como pode ser observado na equação, o setor externo é considerado pelo seu valor líquido (exportações menos importações). Em termos relativos o consumo das famílias representa cerca de 70% do PIB. Os investimentos na ordem de 18%, o consumo do governo 18%, e o restante é o resultado líquido com o exterior. Apesar de o consumo do governo puxar o PIB para cima, se houver menor gasto nesta rubrica, ou seja, em custeio, sobram mais recursos para investimentos, esses sim fortes geradores de riqueza.
Reta final do trimestre: foco no orçamento doméstico
O tempo está passando rapidamente, e nos aproximamos do fim do primeiro trimestre deste ano. Esse fato deve servir de alerta para uma ampla revisão do orçamento doméstico, afinal, as coisas no ambiente econômico são dinâmicas e os cenários mudam constantemente. Reveja suas previsões de receita e gastos, e revisite o orçamento de sua casa. Ainda na elaborou o orçamento? Não perca mais tempo. Assuma o controle financeiro de sua casa.
Mude já, mude para melhor!
Tempos difíceis exigem determinação, foco e resiliência. Revisite seu propósito e trace um caminho seguro para sua profissão e para sua vida pessoal. O espiritual deve dar o tempero em tudo que você faz. Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!