Marquem seus umbrais

Por Por Carlos Brunelli | 22/01/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Uma das narrativas bíblicas mais impressionantes a cristãos e não cristãos é a encontrada no livro de Êxodo acerca das dez pragas que abateram sobre o Egito. A ira de Deus derramada sobre a legião, a nação mais poderosa daquela época faz-nos transportar uma reflexão para os tempos atuais.

Primeiramente, no entanto, é necessário contextualizar o cenário onde tal fato ocorreu. Os primeiros hebreus a habitarem terras egípcias somavam setenta vidas, todas da família de Jacó, o neto de Abraão. Migraram para aquela distante e rica nação em busca de sobrevivência, já que rigorosa fome assolava todo o médio oriente. Assentaram-se na região de Gósen, sob a proteção de Faraó, que neles viu a bênção de Deus e, em tudo onde atuavam, prosperavam. Séculos se passaram e os originais setenta indivíduos em muito se multiplicaram, pois eram férteis, e já se contava a comunidade hebreia à casa de dois milhões. O governante daquela época temeu que aquele povo forte e numeroso pudesse se aliar a inimigos do Egito e guerrear contra a terra que os acolheu, embora nunca tenham sugerido ou demonstrado tal intenção. Faraó então os oprimiu com severas e exclusivas leis, impingindo-lhes trabalhos forçados e escravizando-os.

Deus decidiu libertá-los e, para isso, castigou os egípcios com uma série de eventos sobrenaturais, iniciando com a transformação das águas do rio Nilo em sangue, passando por infestações de rãs, moscas, gafanhotos, piolhos, morte dos rebanhos, ulcerações na pele, fenômenos naturais como violenta chuva de pedras e trevas. Interessante que tais manifestações atingiam todos os egípcios, mas não alcançavam o povo hebreu e suas casas, por milagrosa intervenção divina. Mas é à derradeira e décima praga - a morte dos primogênitos - que queremos nos apegar nesta reflexão.

Deus advertiu que caso seu povo não fosse liberto, todos os primogênitos humanos e animais seriam mortos. Orientou os hebreus a prepararem um jantar à base de cordeiro, usando o sangue obtido com o sacrifício desses animais para marcar os umbrais de suas casas e, assim, separá-las do terrível castigo daquela noite. Mais uma vez os egípcios foram atingidos e os hebreus, preservados.

Atualmente, a "legião" mais poderosa do planeta não tem limites geográficos definidos, não tem assento na ONU, não tem idioma, bandeira ou hino nacional. Trata-se da informação. Ela circula livremente e em todo lugar a uma velocidade estonteante e quem a detém ou domina, tem o poder. Com isso escraviza e molda mentes diversas, mas tem por predileção as mentes incautas, em especial as ainda jovens e em formação; leia-se, a de nossas crianças e adolescentes. Submetidos a uma enxurrada de notícias, casos verídicos ou inventados, ficções e realidades amalgamadas em uma mistura conveniente, são presas fáceis para distorção de valores morais e valorização de futilidades.

Mas assim como no Êxodo, Deus dá o escape. Seu filho amado, Jesus Cristo, o Cordeiro que teve seu sangue derramado para remissão de nossos pecados, é o caminho. Esse sangue - os ensinamentos de Jesus - é que devemos passar nos umbrais de nossas casas, a demonstrar que ali habita um povo santo, temente a Deus e obediente a seus mandamentos. A designar que ali, naquele lar marcado pelo sangue de Cristo, a morte espiritual deverá passar ao largo, e a vida eterna prevalecerá.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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