'Viu Jesus aproximar-se'

14/01/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Quem o diz é João Batista, conforme se lê no Evangelho da Missa de hoje - Jo 1,29-34. Esta passagem de João foi escolhida para este Segundo Domingo do Tempo Comum, a fim de ressaltar que Jesus ao iniciar o seu ministério apostólico foi apresentado ao povo por ninguém menos do que João Batista. Vendo Jesus se aproximar, João disse às pessoas que o ouviam: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: 'Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim'". O Batista relembra que não faz muito tempo batizara a Jesus em água para que fosse manifestado a Israel. Disso João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer do céu, como uma pomba, e permanecer sobre ele". Confirmou que "este é quem batiza com o Espírito Santo", e declarou: "Eu vi e dou testemunho: este é o Filho de Deus!". Na sequência do Evangelho, João Evangelista continua contando que, logo depois, Jesus escolhe seus primeiros discípulos.

Um pouco de filosofia. Parto da constatação de que algo existe em vez do nada. Complicado, não? Tento explicar. Se algo existe, então, existem razões, fatos ou quem torna possível a existência de algo aqui ou ali presente. Essa é uma afirmação de base que para mim é verdadeira e real, e seguramente para você também. Para quem tem fé em Deus, a resposta é fácil, ou seja, Deus é quem dá o atestado dessa verdade de que alguma coisa existe. Porque Deus é a explicação última, o fato final que prova a existência de tudo. Por exemplo, o fato de que o computador em que escrevo este texto existe é que eu estou diante dele. E, no fim da sequência dos fatos, o fato que garante que eu existo é Deus que me criou. Portanto, para os que creem em Deus, repito, é fácil crer que algo existe, seja tanto na dimensão espaço-tempo, como o computador, a mesa, a cadeira, quanto na dimensão espiritual, como o pensamento, a beleza, a felicidade, a eternidade, a alma. Para nós, crentes, Deus é a razão da existência de todas as coisas, visíveis e invisíveis. O problema resulta complicado para quem não crê ou não quer crer em Deus. Ou para estes a solução seria fácil também? Por exemplo, para os materialistas que só acreditam nas coisas materiais e nas emoções ou nos prazeres e dores que elas nos dão neste mundo, a resposta é fácil porque para além deste mundo não existiria nada. Segundo eles afirmam, só neste mundo material é que existe algo e para além dele nada existe. No materialismo, portanto, depois da morte a vida seria ilusão e a alma humana deixaria de existir. Aliás, também Deus não existiria. Simples, assim. Para quem crê, Deus é a explicação, para quem não crê em Deus ou em qualquer outro ser transcendente, o nada é a explicação.

Por que estou dizendo isso tudo, que parece tão confuso? Porque nesse início do ano estou convidando você a encarar o futuro com fé e esperança, coragem, humildade e solidariedade. Os materialistas buscam, por conta própria, realizar os seus objetivos com a ciência e a técnica, com planos muito precisos e metas bem claras quanto ao bem-estar que gostariam de alcançar, quanto ao prazer a desfrutar, às vantagens a levar, ao sucesso, realização profissional e construção de um mundo melhor a obter, e ao bem aos outros a fazer, sem precisar de deuses nem de qualquer motivação de ordem sobrenatural, espiritual ou religiosa senão de realizá-lo por uma simples razão humana suficiente, por exemplo, de amor à humanidade. Enfim, eles se julgam pessoas racionalistas, científicas, bem resolvidas. Não se pode negar que sejam sinceros e esforçados. Nós cristãos, porém, começamos dizendo que fabricar projetos de vida sem Deus seria uma tragédia, um absurdo. No mínimo, tal pretensão nos frustraria e nos faria doentes antes da hora. E viver submetido a essa crença seria um inferno. Simplesmente, porque sozinhos nada podemos fazer, muito pelo contrário nós precisamos uns dos outros e, sobretudo, da graça de Deus. É Jesus quem disse: "Sem mim nada podeis fazer". Um de seus discípulos inclusive declarou: "Tudo posso, mas naquele que me confo

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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