Ser santo

Por Dom Caetano Ferrari | 06/11/2022 | Tempo de leitura: 3 min
Bispo Emérito de Bauru

"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar para voltar sempre inteira". (Cecília Meireles)

Novembro começa com a celebração de todos os Santos e de Finados. A liturgia nos conduz a honrar os santos do céu, cantando as maravilhas que Deus realizou por meio deles, enquanto viveram neste mundo. Com as preces elevadas a Deus homenageamos especialmente os santos de nossa devoção, suplicando-lhes a intercessão e proteção para que possamos ao menos chegar mais perto do grau de santidade que alcançaram. Admirando-os na vida santa, que levaram nos dias em que viveram entre nós, aspiramos imitá-los no exemplo e segui-los nos passos do caminho à santidade.

Portanto, neste domingo, a Igreja celebra, festivamente, o dia de todos os Santos que vivem para sempre na glória diante do Pai, do Filho e do Espírito Santo. No dia 2 de novembro, comemoramos com sentimentos de saudade e gratidão os Fiéis Falecidos.

Os nossos mortos, nós os reverenciamos, rezando por eles e visitando os cemitérios. Com velas acesas, flores e orações, recordamos as pessoas queridas e ligadas a nós, que já partiram para a casa do Pai, nossos familiares, parentes, amigos e conhecidos.

A liturgia nos leva a rezar também pelos falecidos desconhecidos, sobretudo as vítimas das guerras e violências, da fome e abandono, dos vícios e pecados. Que o Senhor tenha pena de todos eles e lhes conceda o repouso eterno e faça brilhar para eles a sua luz.

Nossa fé nos ensina que devemos rezar por todos os mortos, mas também por todos os vivos, santos e pecadores, bons e maus, para que o Senhor tenha pena dos que ainda caminham na estrada da vida e os conduza com sua mão firme na prática do bem rumo ao céu.

Na oração do "Credo" professamos nossa fé na comunhão dos santos, os santos do céu, os que se purificam no purgatório e os que peregrinam na terra. Respectivamente, são a Igreja triunfante, a padecente e a peregrinante. Nosso Catecismo diz assim: "Pertencem à comunhão dos santos" todas as pessoas que colocaram a sua esperança em Cristo e lhe pertencem pelo Batismo, tenham elas já morrido ou vivam ainda. Porque somos um 'corpo' em Cristo, vivemos uma comunhão que abraça o Céu e a Terra". Afirma que, inclusive, "podemos ajudar-nos mutuamente até para além da morte". Os santos do céu canonizados e inclusive os nossos parentes e amigos falecidos que cremos já estarem com Deus podem interceder junto a Deus por nós, se a eles suplicarmos ajuda com nossas preces. Nós também podemos, com nossas orações de súplica, rezar pelos falecidos ainda em processo de purificação.

No Evangelho da Santa Missa de hoje ouvimos o "Sermão das Bem-aventuranças" - Mt 5,1-12. As Bem-aventuranças indicam o caminho da santidade pelo qual trilharam os Santos do céu e devem seguir os que na terra caminham rumo ao céu: os pobres de coração, os aflitos, os mansos, os que têm sede e fome de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por causa da justiça, os que são perseguidos por causa da fé.

Ao celebrar todos os santos e recordar nossos mortos somos naturalmente levados a pensar em nossa vida, como estamos vivendo, e no ideal de sermos santos, uma vez que o sonho da santidade deve estar dentro de nossos planos pessoais de vida. Que os Santos do céu nos ajudem a ser santos, vivendo as Bem-aventuranças nos dias em que vivermos entre nós aqui na terra.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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