Risco fiscal

Por Reinaldo Cafeo | 06/11/2022 | Tempo de leitura: 4 min

Terminadas as eleições, e a definição do novo Presidente da República, agora começa a escancarar o mundo real. Para cumprir promessas de campanha, o governo Lula já fala em estourar o Teto de Gastos, com aumento dos gastos públicos, em mais de R$ 200 milhões em 2023. Se isso for aceito pelo Congresso Nacional, o risco de o desequilíbrio econômico se instalar na economia brasileira é enorme. Sem controle fiscal o risco-país se eleva e por trás disso vem o aumento do endividamento público e tudo que isso historicamente causa na economia, entre outras questões, a elevação da inflação.

Enquanto isso o setor de serviços acelera

A atividade de serviços no Brasil ganhou impulso de demanda e cresceu em outubro no ritmo mais forte em três meses, embora o cenário inflacionário tenha pesado, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês). Em outubro, o índice subiu a 54,0 de 51,9 em setembro, de acordo com a pesquisa da S&P Global, atingindo patamar mais forte desde julho graças ao aumento no volume de novos pedidos. A marca de 50 separa crescimento de contração.

Já na zona do euro a realidade é diferente

A atividade empresarial na zona do euro contraiu no mês passado no ritmo mais rápido desde o final de 2020, pois a alta inflação e os temores de uma crise energética afetaram a demanda, de acordo com uma pesquisa que sugere que o bloco está caminhando para uma recessão. A inflação nos 19 países que usam o euro subiu mais do que o esperado no mês passado, atingindo 10,7% e mais de cinco vezes a meta do Banco Central Europeu. Assim o BCE deve avançar com mais aumentos das taxas de juros. O índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto final da S&P Global para a zona do euro caiu para uma mínima de 23 meses de 47,3 em outubro, contra 48,1 de setembro. Lembrando que leitura abaixo de 50 indica contração.

PIB brasileiro caiu menos que a média mundial em 2020

A revisão da queda do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2020, de 23,9% para 3,3%, coloca o Brasil em uma posição superior à média mundial no ano inicial da pandemia de Covid-19. O dado fechado do PIB daquele ano foi divulgado pelo IBGE. Em um grupo de 49 economias com dados coletados pela OCDE, o Brasil aparece na 21ª. posição, com desempenho acima da média de -4,1%. Dados do FMI para 195 economias mostram o país 87ª. posição, ligeiramente melhor que o desempenho mundial estima em -3,5%.

BC lança 3ª. consulta pública de regulamentação da nova lei cambial

O Banco Central lançou na última sexta-feira a terceira consulta pública para regulamentação da nova lei cambial, com prazo para sugestões de aprimoramento até 3 de dezembro deste ano. De acordo com a autarquia, entre os principais pontos de proposta está a consolidação de normas e a simplificação de regras e requerimentos, além da possibilidade de aplicação do capital em qualquer modalidade praticada no mercado internacional. A ideia é simplificar o sistema e consolidar as normas vigentes. Importante avanço nesta área.

Atrasar contas básicas é sinal de penúria

Quando a inadimplência do consumidor atinge contas básicas é sinônimo de que a situação do orçamento familiar está no limite, em penúria. Em sã consciência nenhuma pessoa deixaria de pagar a conta de água e energia, por exemplo, por desejo próprio. Demonstra que praticamente toda renda está sendo consumida na sobrevivência, ou seja, compra de alimentos.

Cuidados com seu dinheiro

Muita gente ainda não está inadimplente, mas está com dificuldades em garantir o equilíbrio do orçamento familiar. Parte do problema vem da queda da renda, mas parte vem do comportamento, na forma de lidar com o dinheiro. A classe média, por exemplo, acaba se endividando devido a não percepção que o padrão de vida caiu. Opera no dia a dia como se tivesse renda para manter o consumo de produtos e serviços que estariam mais ao alcance. Manter um padrão de vida acima de suas possibilidades é dar um tiro no próprio pé.

Mude seu comportamento

Se a coisa está difícil porque assumiu dívidas dos outros por pena, teve pressa e ansiedade para comprar bens e serviços sem a devida pesquisa e não planejou a vida financeira para o futuro, passou do momento de mudar seu comportamento. Saiba lidar com seu emocional e equilibre as finanças de sua casa.

Mude já, mude para melhor!

O tempo dirá quem estava certo e quem estava errado no processo eleitoral. O tempo é o senhor da razão. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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