A ciência para o avanço da agenda 2030 da ONU

Por Thais Cristina de Oliveira | 30/10/2022 | Tempo de leitura: 3 min

A agenda de governança global atua em comum propósito social A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) é uma agenda de governança global para o desenvolvimento sustentável do nosso Planeta, proveniente do consenso de vários países sobre as pautas sociais mais urgentes da atualidade!

Quando imaginamos as necessidades para habitarmos na Terra, é comum relacionarmos a existência dos ecossistemas (das florestas, da fauna, dos oceanos, da terra fértil, entre tantos outros ecossistemas diversos) para nossa sobrevivência. Em entrevista com Raquel Cabral, professora e doutora em Comunicação e mestre em Estudos Internacionais de Paz, Conflitos e Desenvolvimento Social pela Universitat Jaume I na Espanha, conversamos sobre os importantes questionamentos acerca do tema!

Raquel "A ideia de Desenvolvimento Sustentável nos questiona a pensar “que planeta vamos deixar para as futuras gerações? O que podemos fazer hoje que represente nossa responsabilidade para garantir a viabilidade da vida no futuro num planeta com recursos limitados e no qual devemos promover a qualidade de vida e bemestar de todas as sociedades"?

A Agenda 2030 é fruto do consenso de vários países que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU), que traduziram na forma de 17 ODS + 169 metas + 241 indicadores os caminhos para um grande plano de viabilidade do planeta para as futuras gerações. Por isso, ela nasce a partir dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) que tiveram protagonismo entre os anos de 2000 a 2015. Naquele momento, tínhamos 8 ODM, que indicavam pautas importantes, como erradicação da fome, redução da mortalidade infantil, igualdade de oportunidades para homens e mulheres, entre outras.

Raquel complementa "é a partir de importantes conferências mundiais sobre meio ambiente e mudança climática, como a ECO-92, a Rio+10, a Rio+20, entre outras, o debate sobre o desenvolvimento sustentável ganhou mais visibilidade e profundidade de discussão. Isso influenciou várias organizações internacionais, instituições públicas, pesquisadores a pensarem em ações mais ampliadas e estratégicas para estender a agenda dos ODM para os ODS. E é muito interessante observar que esta Agenda 2030 se torna muito estratégica também do ponto de vista político e comunicacional, pois pode influenciar políticas públicas, produtos da cultura e discursos sociais para uma mudança de cultura realmente profunda em torno da responsabilidade para com as gerações futuras e para com o futuro do planeta. A ideia é promover uma cultura dos ODS."

A Agenda 2030 nasce com o lema “Não deixar ninguém para trás” assumindo seu compromisso com as 3 dimensões que a compõem: a social, a econômica e a ambiental. Ou seja, ela assume que necessitamos de uma ciência que saiba reconhecer a inter-relação entre as sociedades humanas e os ecossistemas planetários na busca de equilíbrios e justiça social e ambiental.

A Unesp tem assumido essa pauta com grande protagonismo no estado de São Paulo. Em 2020, foi publicado o Guia Agenda 2030, uma publicação técnica em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) junto a uma equipe de pesquisadores coordenada pelo Prof. Dr. Thiago Gehre do Programa UnB 2030, que teve como objetivo oferecer orientações para profissionais envolvidos com a área da educação nas dimensões do ensino, pesquisa, extensão e gestão pudessem articular ações vinculadas à Agenda 2030 no seu cotidiano. Para saber mais acessem http://www.guiaagenda2030.org

No mesmo link vocês também encontram uma proposta inovadora que é apresentada e que faz referência a uma leitura crítica do processo de territorialização da Agenda 2030 (que é uma agenda de diretrizes globais) que precisa ser traduzida para a realidade local das diversas sociedades do planeta. Nesse exercício de reimaginar a Agenda 2030 na realidade brasileira, foram propostos 3 novos ODS, que são pautas essenciais para os povos do Sul Global: ODS 18 – Igualdade Racial, ODS 19 – Cultura Arte e Comunicação.

ODS 20 – Direitos dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais Raquel finaliza ‘’Por essas razões, a Agenda 2030 é tão importante neste atual momento do mundo, pois ela nos ajuda e orienta nossas ações rumo a 2030. Possivelmente esta não será a última agenda, mas certamente é um caminho estratégico e legítimo para acertarmos nossos passos e unirmos forças nesse movimento de redes e parcerias para transformar o nosso mundo.’’

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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