João Rosan |
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Davi dos Santos oferece lanches “personalizados” na rua Paraná; na foto, com a esposa Sônia |
Eles brincam com as palavras e dão origem aos mais criativos trocadilhos (jogo de palavras parecidas no som e diferentes no significado) para fazer sucesso e chamar a atenção dos clientes. Conheça no JC nos Bairros deste domingo (21) alguns dos mais inusitados nomes de estabelecimentos comerciais de Bauru.
Uns cuidam do seu estilo. Outros cuidam do se corpo. Nós cuidamos da sua fome. É com este slogan que o Personal Trailer tem conquistado clientela fiel pelo estômago.
Localizado no quadra 7 da rua Paraná, no Parque São Jorge, o trailer tem ponto fixo na frente da residência dos proprietários, cuja varanda foi toda adaptada para receber os apreciadores de um bom lanche na chapa. “E o nosso é bem sequinho”, garante Davi Leonel dos Santos.
Ao lado da esposa Sônia dos Santos, Davi toca o trailer há 4 anos para aumentar a renda de aposentado. Ele mesmo montou a pequena lanchonete depois que comprou uma carcaça de trailer. “Bolei um mecanismo para deixar os lanches bem prensadinhos. É o que mais chama a atenção dos clientes”, acentua.
E sobre o nome? Bem, segundo Davi, ele surgiu com um erro de pronúncia da esposa. “Eu estava procurando um nome diferente, quando ela me contou sobre uma academia que estava procurando por personal trainer, mas ela disse personal trailer. Brincando com ela eu disse: você acabou de achar o nome para o nosso trailer”, comenta.
Já o slogan, comenta Sônia, foi criado pela nora. “Entre sucos, lanches e porções, ela acrescenta que o seu molho de alho também é personalizado e faz os clientes voltarem”.
Não é gaúcho, mas é uma ‘Barbaridade’
João Rosan |
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No Jardim Marabá, há um estabelecimento que é uma “Barbaridade”; na foto, os proprietários Júnior e Jully Takaki |
Aceituno Jr. |
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O restaurante de Marcus Vinícius Nakayama ficou entre os nomes mais criativos de uma pesquisa do nacional da empresa Visa; na foto, com o filho Pedro |
Os donos são descendentes de japoneses, mas o bar leva um nome que remete à típica expressão gaúcha, que faz parte do nosso cotidiano: Barbaridade.
Segundo o proprietário, Júnior Takaki, tudo começou lá no Japão, quando ele e um irmão decidiram abrir um bar em Bauru.
“Um amigo nosso do Sul vivia falando a palavra barbaridade. Tudo para ele era isso. Foi quando surgiu a ideia de batizar o bar que montaríamos no Brasil com esse nome. É uma expressão bacana que começa com bar”, recorda Júnior.
De volta da Terra do Sol Nascente, Júnior começou a tocar o bar/lanchonete localizado na quadra 2 da rua Luiz Levorato, no Jardim Marabá. E garante que o nome criativo agrada os clientes. “Por aqui, a cerveja é uma barbaridade de gelada e o tamanho do lanche é outra barbaridade de grande”, garante, com o trocadilho.
‘Ser criativo é a alma do negócio’
Segundo comerciantes, trocadilhos ajudam a fixar nomes de estabelecimentos
“O nome de um estabelecimento comercial precisa ser curioso, bacana, moderno e com um toque de bom humor para agradar e ser gravado pelas pessoas”. A afirmação é do comerciante Marcus Vinícius Nakayama, dono do Japapou.
O restaurante de comida japonesa em questão fica na quadra 23 da rua Capitão Gomes Duarte, e o próprio substantivo já explica o trocadilho feito. “Quem nunca perguntou para uma criança se ela já papou? Aqui, aproveitamos a forte expressão popular para transformá-la em uma palavra que também lembra a culinária do Japão, ou a comida japa, como os brasileiros costumam dizer”, narra.
E o sucesso do trocadilho foi tamanho que o restaurante de Nakayama participou, recentemente, de uma pesquisa interativa do cartão Visa feita nas redes sociais com os estabelecimentos brasileiros que aceitam os cartões da empresa. A pesquisa sugeriu que os internautas votassem nos nomes mais criativos. E o restaurante bauruense ficou entre os mais “curtidos”, segundo o proprietário.
“A votação repercutiu tanto que nós patenteamos a marca. Abrimos as portas em 2010 já com a ideia de colocar um nome forte, que retratasse o que o lugar oferece, mas que fosse diferente”, finaliza.
Aceituno Jr. |
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Big Bode: “O nome da minha lanchonete brinca com o de um programa de TV, mas é por causa do meu apelido”, diz Ivan Alves |
Baseado em um programa de TV?
Quem não conhece a história e o apelido do proprietário, sempre acha que a lanchonete Big Bode tem esse nome para fazer um trocadilho com um programa de televisão, o Big Brother. Mas será?
“Todo mundo acha isso e me pergunta para confirmar. Mas não é isso. Eu tenho o apelido de bodão desde os 11 anos de idade por causa de uma novela, Salvador da Pátria é o nome. Eu odiava esse apelido, mas batizou o meu negócio, veja só. Quanto ao outro programa, eu adoro e adoraria participar do reality show”, brinca Ivan Aparecido Alves, o Bodão.
A história de Bodão com os lanches teve início em 2003 com um trailer montado na avenida Nações Unidas, altura do viaduto da avenida Duque de Caxias. “Parei de fazer lanche por um tempo e voltei com tudo em 2006, na quadra 2 da avenida Hélio Police, no Jardim Redentor. Fizemos uma pesquisa de nome e, com base no meu apelido, nasceu a lanchonete, que hoje também está na Vila Aeroporto”, enumera.
João Rosan |
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Edson Matsuoka e Gustavo Ioshio têm o mesmo apelido: japa; assim nasceu o nome da padaria deles |
Já Pão, porque é padaria de japas
Se é padaria, vende pão. E se é de japas, por que não Já Pão? Foi assim que nasceu a ideia de batizar uma padaria localizada na quadra 10 da avenida Nossa Senhora de Fátima, segundo seus proprietários: Edson Hiroyoshi Matsuoka e Gustavo Ioshio Tadano.
“Estávamos para montar nosso negócio e sem a certeza sobre o nome. Bom, sou japonês, meu sócio é descendente e um chama o outro de japa. Então decidimos que a padaria seria Já Pão. E já tem três anos. Agrada a todos e chama a atenção. Adoramos. Padaria não é coisa somente de português”, brinca Edson.
Entre os tradicionais ingredientes das padocas, os empresários arriscam algumas receitas típicas vindas do Japão. Uma delas é o pão de melão, muito consumido por lá. “Não teve muita saída, confesso. Mas temos algumas ideias novas de salgados típicos japoneses que também queremos oferecer para inovar”, frisa Edson.
Este vem lá ‘Do fundo do Bauru’
Bauruense inova ao criar lanchonete móvel para lembrar “memórias esquecidas”
Fotos: Divulgação |
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Pedro Henrique da Silva Carvalho ao lado da esposa Priscila Rocha Brito Carvalho; ao fundo da esquerda para a direita: Ricardo Sbeghen Shmidt e João Vitor Garcia Ribeiro |
Resgatar memórias esquecidas, principalmente as relacionados com o ato de comer. É a tal objetivo que remete o nome do food truck “Do Fundo do Bauru”. A história da lanchonete móvel legitimamente bauruense teve início exatamente com o sanduíche que leva o nome do município, segundo conta o seu idealizador, Pedro Henrique da Silva Carvalho. “Tudo começo em 2013, em São Paulo, quando comecei a participar das primeiras feirinhas gastronômicas realizadas por lá. Eu e alguns amigos, que também trabalhavam em restaurantes, montamos nossa barraca. Antes disso, eu preparava o Bauru por onde eu passava e o sanduíche fazia muito sucesso, principalmente pelo fato dos ingredientes serem sempre frescos e o lanche bem artesanal”, comenta.
Pedro lembra que vinha a Bauru para comprar tubaína e servia nas feiras paulistanas junto com os lanches. “É difícil achar esse tipo de refrigerante em São Paulo. Nossa ideia é exatamente esta, trazer memórias esquecidas. Pensamos em como aliar o conceito ao nome e nasceu o Do Fundo do Bauru”, completa.
Pedro cursou gastronomia na Universidade do Sagrado Coração (USC) e, em 2009, mudou-se para São Paulo onde trabalhou em diversos restaurantes. Cansado de ser empregado, ele decidiu abrir o seu próprio negócio. Sendo assim, voltou a Bauru em 2014.
“Eu voltei com a estrutura das feiras de São Paulo e, aqui, comecei fazendo os lanches na feirinha orgânica que é montada toda quinta-feira à tarde ao lado da praça da Assenag”.
Móvel
Porém, a demanda cresceu, outros sanduíches nasceram, e Pedro investiu no seu food truck. Hoje, ele conta com a ajuda da esposa e de dois colaboradores e pretende contratar mais nos próximos dias.
A lanchonete móvel de Pedro fica em Bauru durante a semana em ao menos dois pontos fixos, na quadra 12 da rua Júlio Maringoni, toda terça-feira, e na quadra 8 da avenida Comendador José da Silva Martha, às quartas.
“Ficamos na frente de estabelecimentos parceiros. Distribuímos os demais dias em pontos alternados que são divulgados em nossas redes sociais, assim como as novidades no cardápio. Já aos finais de semana, costumamos visitar outras cidades, principalmente quando feiras gastronômicas estão sendo realizadas”, grifa.
A criatividade que existe por aí ...
Confira algumas imagens coletadas na internet que mostram “trocadilhos” em nomes de estabelecimentos comerciais por outras cidades brasileiras.
Na foto, um supermercado na cidade mineira de Sapucaí-Mirim. O nome te lembra algo?
Quioshi Goto |
Confirma mais nomes de estabelecimentos abaixo: |
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Na quadra 2 da rua Professor Josias de Souza Lima, no Núcleo Beija-Flor, um trailer chama a atenção dos que passam pela via pelo trocadilho e alusão que o nome faz a uma rede social; porém, a reportagem descobriu que o mesmo está fechado já há alguns anos. Vale o registro pela criatividade |
Uma oficina mecânica na cidade gaúcha de Santa Maria faz referência ao nome de um ator de cinema norte-americano |
Nesta lanchonete de Itapevi, São Paulo, o lanche promete ter algo mais |
Boteco localizado na Capital paulista |
Que tal um suco? Na foto, lanchonete de Juiz de Fora, em Minas Gerais |