Reflexão e Fé

Divórcio não é legal

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

25/08/2019 | Tempo de leitura: 3 min

Os motivos para acontecer um divórcio são dos mais variados. O conflito pode ter tantas causas quanto os motivos que levaram duas pessoas a decidirem viver juntas. O argumento primeiro geralmente usado é sempre a perda do amor, seguido por esfriamento sexual, brigas constantes, interferência de terceiros, falta de mutualidade, escolha errada, amadurecimento desigual, surgimento de problemas psíquicos em dos cônjuges, ilusões sobre o divórcio, outros e, ainda fatores inconscientes não percebidos pelas partes. Estudos mostram que o divórcio não é legal. Em geral o processo de recuperação psicológica da crise do divórcio leva cerca de dois anos para se chegar a uma resolução satisfatória. Não importa como acontece, se litigioso ou amigável, uma das crises mais graves na vida de um adulto é o divórcio, se acontece. Obviamente que o casamento apresenta desafios em que cada um mostra diferente ritmo na evolução da vida, com isso surgem problemas de convívio e desajustes, entretanto, ainda assim, a opção pelo divórcio gera mais sofrimentos, por pior que fosse o período anterior ao divórcio.

Segundo o IBGE os números do divórcio têm crescido assustadoramente no Brasil. Em 2004 foram registrados 130,5 mil divórcios que saltou para 341,1 em 2014. Isso é péssimo! Reflete a sociedade líquida em que estamos inseridos - na qual os valores de sustentação da sociedade têm se dissolvido com facilidade. Ocorre que a responsabilidade no casamento é de ambos, mesmo que aparentemente a má situação aponte para um único responsável. Em geral, as pessoas casam e assim se mantem pelas virtudes do parceiro, contudo, no convívio também surgem as imperfeições e fraquezas que redundam em problemas relacionais.

Uma grande tragédia de ordem moral é a traição. Muitos casados de meia idade já experimentaram um encontro extraconjugal. Nesse aspecto a Bíblia apresenta a traição conjugal como uma arma de destruição, que gera sofrimento, angústia, dor e traumas. O egocentrismo é o gatilho que conduz casais à traição física e moral. Desenvolver uma visão menos egocêntrica e mais humilde acerca da própria existência é amadurecimento que evita casais se perderem no divórcio; é praticar aquela visão de que o mundo não gira em nosso redor.

Aos que sucumbiram ao divórcio, estudos mostram que a tristeza fruto da decepção se estende por meses. A tristeza não é uma doença, mas a sua manutenção, sobretudo em quem foi abandonado, aonde a lamúria alimenta a decepção, torna-se caso de tratamento. Não faltam divorciados que apresentam sinais que faz parecer que a vida acabou na mágoa, que vivem sob sintomas de definhamento, depressão, isolamento social, compulsão, desinteresse, desleixo, baixa estima, autodestruição, transtornos psíquicos. Para quem está no precipício do divórcio, a preparação psíquica como possibilidade de rejeição de quem se ama é algo a ser considerado a fim de se evitar cair na frequência do sofrimento, que também leva a taquicardia, vazio no estomago, mundo caótico, como se nada mais fizesse sentido. É fato que um amor não correspondido, e muito mais, um casamento arruinado gera sofrimento e desilusão. A automotivação e o incentivo de fora como o suporte de amigos, familiares, intervenção médica e psicológica é de extrema importância, mas acima de tudo, o auxílio luxuoso e eficaz da boa e perene Palavra de Deus que renova as esperanças e opera verdadeiros milagres na vida dos que creem. Sim, Deus conhece e entende a dor de quem passa pela experiência de um divórcio e, oferece Seu conforto, cura e paz. Nas horas difíceis da vida somos desafiados a colocar toda a nossa confiança em Deus e crer que, mesmo na dor, Deus está trabalhando para nos abençoar (Romanos 8:28). Logo, antes de decidir pelo divórcio, opte por uma profunda reflexão sobre erros e acertos, busque aconselhamento sério e equilibrado, mas acima de tudo permita que os princípios de Deus seja o modelador da sua família em compreensão recíproca, resignação, misericórdia e amor.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

57 anos atuando Soli Deo Glória

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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