Contexto Paulista

Franquias e shoppings fazem do Interior seu nicho de expansão

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18/09/2019 | Tempo de leitura: 3 min

Estudo divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) aponta que das 11 cidades com melhor desempenho do setor, sete não estão nas capitais, mas localizadas no interior dos estados, especialmente em São Paulo. Desde 2012, o segmento dá sinais de que procura o interior preferencialmente para a expansão de unidades franqueadas. Naquele ano, a revista Exame publicou matéria sob o título "Franquias buscam cidades do interior para crescer" e muitos empresários, antes focados nos maiores centros, descobriram um nicho de mercado emergente e até certo ponto ignorado. "Potencial de consumo da nova classe média e territórios inexplorados são atrativos para as redes", constatou a publicação. A tendência iria se confirmar. Em 2016, o franchising já estava presente em 2.321 dos 5.570 municípios brasileiros, ou seja, 42% das cidades.

Potencial

Hoje, segundo a entidade, os executivos visualizam grande potencial em cidades do interior "devido as metrópoles estarem superlotadas, a concorrência ser menor e ainda por gerarem bons resultados". O fenômeno foi acentuado nos últimos quatros anos, quando o movimento de interiorização se tornou frequente devido especialmente ao poder de compra nessas regiões.

Shoppings puxam

Segundo a ABF, o fato das franquias estarem indo para o interior do país está associado aos shoppings. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 78% das inaugurações desses centros comerciais entre 2017 e o primeiro semestre do ano passado foram em cidades que não são capitais. A entidade de franchising considera os shoppings um bom lugar para também empreender, principalmente porque o hábito do consumidor mudou e ele não enxerga mais o local como centro de compras, mas também como área de convivência.

Maior mercado

As cidades interioranas do Brasil sempre viveram um pouco em função das capitais, enxergando os grandes centros como modelo de desenvolvimento e inovação, comentou a Exame em sua reportagem, que foi um dos marcos na imprensa sobre a migração dos negócios para o Interior Paulista. "Esse cenário está mudando e o interior tem sido alvo de várias empresas que buscam as cidades menores para investir e crescer". Naquele ano, O Estado de S. Paulo publicou que o Interior Paulista havia atingido o status de maior mercado consumidor do país, à frente pela primeira vez da região metropolitana de São Paulo. Atualmente, segundo dados da consultoria IPC Marketing, o Interior Paulista responde por 53,2% do consumo de itens como alimentação, habitação, transporte, saúde, vestuário e educação no Estado.

Exemplos de sucesso

É o caso da Suav, rede especializada em serviços de estética express, que focou o projeto de expansão neste segundo semestre para cidades do interior. A marca, que entrou para o franchising no segundo semestre de 2017, já possui 20 lojas, a maioria delas em capitais de oito estados, mas agora o plano é conquistar também os investidores do interior. O alvo no momento são pelo menos 8 no Interior ainda este ano. O diretor executivo, Diogo Cordeiro de Oliveira, destaca cidades acima de 200 mil habitantes no Interior Paulista como "muito promissoras", citando como exemplo Ribeirão Preto, Sorocaba, Guarulhos, Campinas e Americana. Outras franquias prospectam oportunidades em cidades como Bauru, São Carlos, Rio Claro, Jundiaí, Mogi das Cruzes, São José dos Campos, Osasco, Araçatuba, Franca e Presidente Prudente, além das setes cidades do Grande ABC.

Qualidade de vida

Na rede de acessórios Morana, que tem cerca de 300 unidades no Brasil, 42% das lojas do Estado de São Paulo estão localizadas no interior. O grande atrativo é o potencial dessas cidades. "Nas últimas décadas, a busca por qualidade de vida tem impulsionado a ida de famílias para o interior de São Paulo, o que fez com que muitas indústrias se instalassem em cidades menores, mas com potencial econômico que permitisse o seu desenvolvimento", diz Marcio Ucha, coordenador de expansão do grupo. "Já outras cidades são importantes polos agrícolas e impulsionam tanto o crescimento local quanto o de cidades ao seu redor".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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