Reflexão e Fé

Bem aventurados os pacificadores

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

29/09/2019 | Tempo de leitura: 3 min

A cada semana ficamos perplexos diante da enxurrada de notícias dos assassinatos no Brasil. A coisa se torna mais assustadora quando as vítimas são jovens e crianças, como nos casos de Ágatha Felix, 8, vítima de um tiro nas costas no RJ, Mariana F. Bazza, 19, assassinada brutal e inexplicavelmente em nossa região e de Felipe A. Pires, 24, de Bauru, com promissora carreira militar. Perplexos nos perguntamos, o que está acontecendo? Diante de tanta violência como podemos acalentar o coração e obter esperança por dias melhores? Somos vítimas passivas, presos em uma cadeia sucessiva de extrema violência. Nos encontramos numa sequência de horrores que tem nos afastado da paz tão desejada do inconsciente coletivo. Como disse o poeta: "arranque uma flor, e ela não mais exibirá sua beleza á você: murchará". Exatamente isso! A beleza da vida tem sido arrancada pela violência que oprime e mata, em qualquer ambiente, tornando a vida insuportável e opressiva.

Entretanto, ainda devemos trazer a memória, que aquele ser humano que se diz filho de Deus, deve saber por excelência que Deus é "o Deus da Paz" (Hebreus 13.20); Logo os filhos de Deus são filhos de paz - por isso o sentido das palavras de Jesus quando revelou que "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mateus 5.9) - Realmente, nem todos são filhos de Deus - Os pacificadores sim, esses serão chamados filhos de Deus; filhos do Deus da paz. Na linguagem cristológica o pacificador é aquele que passa a desfrutar da aliança divina ao tornar-se um filho de Deus. Portanto, os pacificadores, filhos de Deus, têm a coragem de lidar com a vida e ainda enfrentar os poderes da violência material e espiritual com as armas da paz.

Sim, as vezes surgem vozes perversas escondidas lá no fundo da nossa alma, tentando nos convencer de que somos odiosos, desprezíveis egoístas e até violentos. Essas vozes do autodesprezo é um dos maiores inimigos da nossa condição de pacificador como filhos de Deus. Entretanto, os verdadeiros pacificadores, os tornados filhos de Deus, buscam o Pai em oração a fim de ouvir sua voz que diz: "Eu o amo; não se entregue ao ódio, nem a violência, porque você é meu filho e, nem desanime ao ver a violência que se expande através daqueles que ainda não se tornaram meus filhos".

Há uma promessa de Shalom na qual logo chegará o tempo em que a maldade, as guerras, o ódio, a ganância, a violência e a morte exaurirão na criação. Essa é a esperança vindoura plantada no coração dos pacificadores, dos filhos do Deus da paz; essa voz da esperança é a voz que ecoa retumbante no íntimo dos pacificadores e os torna bem-aventurados, felizes, abençoados. Por isso, que no contexto das bem-aventuranças em Mateus 5.5, o pacificador se porta com mansidão; obviamente que mansidão não se trata de uma qualidade natural aos seres humanos - realmente não é - todo ser humano naturalmente é rixoso ao tratar de seus interesses mais peculiares; contudo, a mansidão como dispositivo imprescindível ao pacificador é uma marca de todo cristão dominado pelo Espírito de Deus, independente do temperamento ou constituição psicológica. A mansidão nesse caso não é uma questão de personalidade, mas algo produzido pelo Espirito do Deus da paz. Mansidão na linguagem de Jesus também não é indolência, fraqueza ou frouxidão, porem a mansidão, que produz a virtude de um pacificador, é compatível a força, autoridade e inteligência, mas que jamais se deixa dominar pela violência e o egoísmo, logo não se trata de uma atitude exterior, mas interior. Então, desses que são transformados de dentro para fora, pode-se dizer: E a PAZ de Deus, para a qual foste chamado domine o vosso coração..." (cf. Colossenses 3:15). Portanto, a nossa oração é que essa paz divina possa invadir os corações brasileiros por demais violentos e que repouse de forma soberana sobre as famílias arrasadas.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

57 anos atuando Soli Deo Glória

CELEBRAÇÃO PÚBLICA: Domingo 19h

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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