Reinaldo Cafeo

Os números da desigualdade social

20/10/2019 | Tempo de leitura: 3 min

A situação da desigualdade de renda no Brasil atingiu números alarmantes: quase 104 milhões de brasileiros, portanto, a metade mais pobre da população vivia em 2018 (últimos dados disponíveis - fonte IBGE) com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda. Na outra ponta, somente 2,1 milhões de pessoas (1% mais ricos) tinham renda média de R$ 16.297 por pessoa. Isso indica que pequena parcela da população brasileira recebe cerca de 40 vezes mais que a metade da base da pirâmide.

Sobreviver com apenas R$ 51 por mês

Além desta distorção, chama a atenção o fato de 10,4 milhões de pessoas, o equivalente a 5% da população, sobreviveram, isso mesmo, sobreviveram com apenas R$ 51 mensais, em média. Quando a análise é ampliada para os 30% mais pobres, isto é, 60,4 milhões de pessoas, a renda média per capita sobe apenas para R$ 269.

Índice de Gini

O índice de Gini, que mede concentração ou descontração de renda (quanto mais perto de zero menos concentrada a renda, quanto mais perto de 1, mais concentrada a renda) subiu de 0,538 em 2017 para 0,545 em 2018, sendo o patamar elevado nos últimos anos. Comprovação que efetivamente a desigualdade de renda no Brasil é alarmante. Resumo: os mais pobres ficaram mais pobres, os mais ricos ficaram mais ricos. Se quisermos ser considerados como nação, teremos que equacionar a pobreza com geração de riquezas e criar condições de promover os mais pobres. Muito trabalho a frente.

Empresas: vida curta

Segundo dados do IBGE cerca de 40% das empresas criadas em 2012 estavam ativas 5 anos de depois, portanto, 60% delas encerram suas atividades antes dos 5 anos, ou seja, 6 em cada 10 empresas fecham em 5 anos. Esta baixa taxa de sobrevivência é explicada em parte por questões conjunturais (econômicas, políticas etc.) que atingem a todas, e estruturais, que referem-se a erros de gestão notadamente na falta de planejamento.

Não saque dinheiro da poupança antiga

Quem tem caderneta de poupança ativa anterior a 3 de maio de 2012 recebe mensalmente o equivalente a 0,5%. A nova poupança rende 0,31%. Desta maneira esta poupança antiga é uma das melhores aplicações financeiras conservadoras existentes no mercado. Com a taxa básica em queda as remunerações despencaram e as poupanças antigas ficaram blindadas. Assim, podendo não saque dinheiro da mesma.

Qual a explicação?

A legislação indicava que a caderneta de poupança deveria render 0,5% ao mês acrescida da TR (Taxa Referencial). A TR está em zero. Quando os juros começaram a cair no Brasil o rendimento da poupança teria que cair. A saída foi manter as poupanças antigas, no caso até 03 de maio de 2012, rendendo o que foi combinado, ou seja, 0,5% ao mês, e as novas poupanças passaram a render 70% da Taxa Selic toda vez que esta taxa fosse inferior a 8,5% ao ano, como é o caso atual. Esta é a explicação.

Mude já, mude para melhor!

Estude para ter argumentos, pois quem não tem argumentos prefere atingir o mensageiro em vez de discutir o conteúdo da mensagem. Vale a reflexão. Mude já, mude para melhor!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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